PARA QUEM AS VOZES FALAM ANÁLISE QUALITATIVA D AS CRISES EM SAÚDE MENTAL A PARTIR DA PERCEPÇÃO DOS TRABALHADORES NOS CENTROS DE S
Data
2020-07-31Autor
ANA PAULA ALMEIDA ROCHA OHATA
DEIVISSON VIANNA DANTAS DOS SANTOS
MILENE ZANONI DA SILVA
SABRINA STEFANELLO
CASSIANO ROBERT
SANDRIANE KALAMAR MARTINS
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Estudos apontam que as principais demandas em saúde mental dos adolescentes em internação provisória nos Centros de Socioeducação envolvem ideação suicida, automutilação, insônia e depressão, relacionadas à clausura e ao sofrimento que esta produz. A presente pesquisa, realizada em parceria com a Secretaria de Justiça, Família e Trabalho do Estado do Paraná, busca analisar o manejo das crises de saúde mental nos CENSE. Como delineamento metodológico optou-se pela análise qualitativa de cunho exploratório-descritivo. Foram selecionados 6 CENSE conforme a capacidade instalada, sendo o menor até 40 vagas e o maior até 90 vagas, conforme Resolução de nº 46/96 do CONANDA. Os dados coletados deram-se através do levantamento de dados primários com a utilização de grupos focais (GF) e, os secundários com análise de relatórios disponibilizados on-line e prontuários. Dividiram-se as informações em três categorias, (1) estrutura física; (2) recursos humanos; (3) número de tentativas de suicídio registradas por unidade estudada que ocorreram entre o período de janeiro a dezembro de 2018. Os GF ocorreram entre junho a dezembro de 2019. Para análise e a interpretação dos dados utilizaou-se a abordagem hermenêutica e narrativa, a qual possibilitou a construção dos núcleos argumentais , ficando esses divididos em dois sendo, ambiência e crise em saúde mental; processo de trabalho como gerador das crises em saúde mental; A intencionalidade na escolha é devido ao conceito trazido por Goffman, sobre as instituições totais, que são os lugares em que se desenrolam os processos de mortificação do “eu civil”, tanto dos internos quanto dos trabalhadores. Como resultado, tem-se que as tentativas de suicídio em 2018 foi de 16%; a pesquisa tem possibilitado compreender o manejo e as práticas relacionadas às crises e ao sofrimento em saúde mental nos CENSE, bem como as diversas possibilidades de cuidado propostas pelos trabalhadores compactuando com a atenção quista por tal população e assegurada por diversos dispositivos legais, tais como a Lei Orgânica do SUS e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A reflexão acerca do tratamento dispensado em situações de extrema vulnerabilidade produzida por uma crise de saúde mental, possibilitou uma análise crítica quanto ao caráter sancionatório e, sobretudo, psicopedagógico intencionado e suas possíveis vantagens e desvantagens para os projetos de vida dos sujeitos.