A QUEBRA DE PARADIGMAS NA PSIQUIATRIA BRASILEIRA E A ARTE DE CURAR PELA MÉDICA ALAGOANA NISE DA SILVEIRA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA.
Data
2020-07-31Autor
JOÃO VITOR BISPO SANTANA
BRUNA STEFANY REBOUÇAS FRANÇA
JOSÉ NUNES DE OLIVEIRA JÚNIOR
MYLLENA VITÓRIA BISPO SANTANA
THAIS MIRANDA RODRIGUES
VANESSA SILVA SANTOS
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Introdução:
Nise da Silveira, psiquiatra alagoana, foi a única mulher da sua turma na Faculdade de Medicina da Bahia, tendo a quebra de paradigmas na sua história. Promoveu uma revolução psiquiátrica, confrontando os métodos de tratamento para esquizofrenia e seguindo o caminho da terapia ocupacional (TO). Nessa mudança, intervenções invasivas são substituídas por arte, transformação que se perpetua nos tratamentos contemporâneos.
Objetivo:
Encontrar, na literatura, os impactos das concepções de Nise da Silveira na psiquiatria de sua época e identificar seus aspectos na atualidade.
Material e métodos:
Trata-se de uma revisão integrativa, com as seguintes etapas: definição da questão a ser pesquisada, eleição das bases de dados, escolha das palavras-chave, estabelecimento dos critérios para busca e seleção de artigos. Foi realizada, de 17 à 22 de junho de 2020, uma pesquisa com o descritor “Nise da Silveira” nas bases eletrônicas: Periódicos CAPES, Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), SciELO e PubMed. Os critérios de inclusão foram publicações em inglês, português e espanhol integralmente; e os critérios de exclusão: duplicidade - mediante avaliação de títulos-, tipologias metodológicas e não correlação com a temática, ambos triados pelos resumos, sendo selecionados os demais para avaliação na íntegra.
Resultados:
Foram encontrados 97 resultados do Periódicos CAPES, 68 da BVS, 23 da SciELO e 6 da PubMed, totalizando 194 publicações. Excluíram-se 73 por duplicidade, 36 pela utilização de tipologias metodológicas não viáveis e 69 por não abordarem o tema, sendo utilizados 16 artigos. O legado de Nise apresentou três bases: pesquisa, por meio dos registros dos resultados obtidos na TO objetivando transformá-la em ciência e comprovar a capacidade de criação e aprendizagem dos ingressos da Casa das Palmeiras e Museu do Inconsciente, relatados em 62,50% (n=10) dos produtos; Ensino, através de orientações clínicas, cursos de aperfeiçoamento, grupos de estudos e produção escrita, baseados na psicologia junguiana, abordada em 68,75% (n=11) das análises; Clínica, com a recusa na utilização de métodos agressivos como eletrochoque, coma insulínico e lobotomia, evidenciados em 75% (n=12) dos trabalhos, tendo como fundamento o tripé terapêutico: afetividade, atividade e liberdade - o qual gera um ambiente acolhedor para o cliente, visando a reorganização da psique, por meio da liberdade de expressão, usando a TO enquanto tratamento, com objetivo clínico de reabilitação para o convívio social, preceitos perpetuados atualmente, evidenciado em 75% (n=12) dos artigos.
Conclusões:
Nise solidificou as bases para que a arte fosse utilizada como tratamento terapêutico, sendo, atualmente, o uso de linguagem artística considerado como forma de intervenção em Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) respaldado pela Lei do Sistema Único de Saúde (SUS) 8080/1990.