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dc.contributor.authorVITOR MARCEL SCHÜHLI
dc.creatorUFPR
dc.date.accessioned2024-10-28T18:43:35Z
dc.date.available2024-10-28T18:43:35Z
dc.date.issued2020-07-31
dc.identifier.urihttps://hdl.handle.net/1884/90942
dc.description.abstractIntrodução: Desde o fim da década de 1970, no Brasil, passa a ser estruturado o modelo de atenção psicossocial. Esse modelo questiona o foco no âmbito anatomofisiológico individual, proposto pelo modelo biomédico, buscando direcionar as ações em saúde para as necessidades mais amplas dos sujeitos em sofrimento. As diversas teorias que compõem o modelo psicossocial têm concordância sobre a importância dos espaços grupais para a produção de propostas alternativas ao modelo psiquiátrico. Isso se refletiu na ênfase dada pela política brasileira de saúde às atividades grupais. Observa-se, todavia, poucas iniciativas de fortalecimento teórico-prático do trabalho com grupos, que vem enfrentando limitações em sua operacionalização. Objetivos: A pesquisa de doutorado buscou apreender como o trabalho com grupos se insere no processo de trabalho em saúde mental e identificar suas principais tendências. Método: Conjugou-se a pesquisa teórica em referências do campo da saúde coletiva e da reforma psiquiátrica com dados advindos de observação participante, questionário, grupo focal e entrevista com trabalhadores de dois CAPS de Curitiba (PR). Resultados: As diretrizes de territorialização, produção de vínculos e responsabilização têm sido afetadas pela precarização das condições de trabalho e pelos ajustes fiscais que dificultam vínculos estáveis com os usuários e com o território. As equipes sofrem com a falta de recursos e meios de trabalho, com a falta e rotatividade de profissionais, e com a impossibilidade de articular ações intersetoriais. O trabalho com grupos se mostrou espaço de maior reflexividade e submetido a menos padronizações, permitindo apreensão ampliada das necessidades em saúde e o redirecionamento de seu conteúdo para atendê-las. Sob condições de intensificação do trabalho e falta de recursos, os grupos foram afetados pela pressão por produtividade, sendo reduzidos em favor de acolhimentos e procedimentos individuais, afetando a sua constância e diversidade. O produtivismo se apresentou na rotatividade de usuários nos grupos, implicando em dificuldade na produção de grupalidade. A tendência a se restringirem ao interior dos serviços foi indicativa da predominância do modelo biomédico. Conclusão: A subordinação do cuidado a uma lógica gerencial, perseguindo resultados imediatos, tensiona os grupos a se constituírem como tecnologia racionalizadora e de baixo custo. Esse enfoque pragmático e utilitarista, típico do modelo biomédico, tende a transformar o grupo em espaço assistencial de monitoramento, com pouca condição de produzir grupalidade e cuidado longitudinal. A finalidade de produção de grupalidade, desse modo, age em sentido contrário às tendências individualistas e de práticas tutelares e pode contribuir para o avanço do modelo psicossocial que vem sendo marcado pelo risco de refuncionalização de seus conceitos e práticas em favor de práticas biomédicas.
dc.format.mimetypeapplication/pdf
dc.relation.ispartofII Congresso de Saúde Coletiva da UFPR
dc.subjectSaúde Mental
dc.subjectPsicoterapia de grupo
dc.subjectCondições de trabalho
dc.titleTENDÊNCIAS E CONTRATENDÊNCIAS DO TRABALHO COM GRUPOS NOS CENTROS DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL (CAPS)
dc.typeArtigo
dc.identifier.ocs4409


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