| dc.description.abstract | Introdução: A Atenção Primária à Saúde (APS) é caracterizada pela imersão de seus profissionais na comunidade em que atuam e pela complexidade das demandas nela existentes. Estes fatores podem levar a quadros de estresse crônico que comprometem a saúde dos trabalhadores e a qualidade dos serviços prestados, e que são reconhecidos atualmente como síndrome de burnout (SB). Objetivo: Estimar a prevalência da SB em médicos atuantes na APS em Curitiba/PR, e avaliar fatores que estejam relacionados com o seu desenvolvimento. Métodos: Pesquisa quantitativa transversal realizada por meio de questionário autoaplicável inspirado no Maslach Burnout Inventory. Foram coletados também dados sociodemográficos e de condições de trabalho. As variáveis categóricas foram analisadas por distribuição de frequências, e a associação entre variáveis de fatores de associação e presença de SB foi realizada pelo teste exato de Fisher. A significância estatística foi estabelecida em 5%. Resultados: Foram avaliados 53 questionários, nos quais houve prevalência de 84,9% de sinais da SB, sendo que 32,1% dos participantes tiveram indicativos de estarem em um estágio avançado de esgotamento. O burnout avançado teve correlação positiva com a falta de residência médica, médicos com personalidade pessimista, antecedentes pessoais de transtorno psiquiátrico e uso atual de medicações psicoativas. Nesta avaliação, não houve diferenças significativas com relação às condições de trabalho. Conclusão: Em médicos que atuam na APS existe alta prevalência de sinais da SB. Diferentemente de outros estudos, neste trabalho não se encontrou associação signifcativa com relação às condições ocupacionais. Faz-se necessário pensar em medidas preventivas e ações que abranjam a saúde mental, para controle de danos, tanto no âmbito pessoal quanto no coletivo. A ampliação deste estudo é importante para que se obtenha amostra mais representativa e é importante considerar um viés de confusão - a presença de outros transtornos psiquiátricos, que podem influenciar na visão de mundo e no uso de medicações psicoativas. | |
