ACIDENTES DE TRABALHO ENVOLVENDO MATERIAL BIOLÓGICO: ANÁLISE DOS CASOS EM PROFISSIONAIS DE SAÚDE NO BRASIL.

Abstract

Introdução Os acidentes de trabalho com material biológico constituem um tipo de agravo à saúde que acontece todos os dias no Brasil, ocasionando prejuízo para saúde do trabalhador. Os profissionais da área da saúde são que os mais sofrem com esse tipo de acidente, pois estão cotidianamente em contato com materiais biológicos e perfurocortantes. Em 2004 o Ministério da Saúde tornou obrigatória a notificação de 11 tipos de agravos relacionados à exposição ocupacional, tendo que ser comunicados às autoridades de saúde pública e registrados no Sistema de Informações de Agravos e Notificações (Sinan).

Objetivos Analisar a incidência de acidentes de trabalho em profissionais de saúde envolvendo material biológico no Brasil.

Material e Métodos Trata-se de uma pesquisa observacional, longitudinal e descritiva, com abordagem quantitativa. Analisou-se o número de acidentes de trabalho com material biológico ocorrido no país, no período de 2008 a 2017. Os dados utilizados foram extraídos de fontes secundárias de acesso aberto, especificamente da Sala de Apoio à Gestão Estratégica (SAGE), do Sistema de Informações de Agravos e Notificações (Sinan) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Após a coleta, os dados foram sistematizados em planilhas eletrônicas, utilizando o programa LibreOffice Calc, analisados descritivamente os valores absolutos e relativos, e realizada a construção da linha temporal.

Resultados O Brasil apresentou, no decorrer dos anos, um aumento constante no número de acidentes de trabalho com material biológico, respectivamente: 2008 (24.702), 2009 (30.197;22%), 2010 (34.883;16%), 2011 (40.476;16%), 2012 (45.959;14%), 2013 (50.331;10%), 2014 (54.254;8%), 2015 (55.381;2%), 2016 (56.452;2%), 2017 (58.469;4%).

Conclusões/ Considerações Finais Os resultados demonstram aumento do registro de casos de acidentes com material biológico entre os anos de 2008 e 2014, o que pode ser consequência da melhoria dos registros desse agravo ou de possível expansão dos serviços de saúde no país, aumentando o número de profissionais expostos, sem uma referida melhora nos protocolos de biossegurança e não necessariamente do aumento da incidência.