IMPACTOS DO PRECONCEITO NA ADESÃO AO TRATAMENTO DE PESSOAS COM HIV: REVISÃO DE LITERATURA.
Resumo
INTRODUÇÃO: O HIV/AIDS era visto enquanto sentença de morte, todavia, os avanços científicos referentes ao diagnóstico e, por meio da utilização da terapia antirretroviral, ocasionaram na redução da morbimortalidade e propiciaram um aumento não apenas na expectativa, mas também a qualidade de vida. No Brasil, a lei 12.984 pune a discriminação e preconceito contra indivíduos HIV positivos. O estigma e a discriminação foram identificados como um dos principais desafios para alcançar o acesso universal à prevenção e cuidado integral no tocante a HIV/ AIDS. OBJETIVO: Revisar na literatura os impactos do preconceitos na adesão ao tratamento de pessoas com HIV.MÉTODO: Trata-se de revisão integrativa de literatura. Com a seguinte questão norteadora: Quais são os impactos do preconceitos na adesão ao tratamento de pessoas com HIV? As bases de dados utilizadas: SCIELO; MEDLINE; LILACS; BVS; SCIENC DIRECT; PUBMED. Os descritores(DeCS) utilizados foram: Preconceito; HIV ; Impactos na Saúde. Os critérios de inclusão dos estudos foi responder a questão de pesquisa, e ser publicados nos últimos cinco anos, foram incluídos 13 artigos.RESULTADOS: Estudo feito em Guangzhou, China, mostra que 300 profissionais de saúde tinham discriminação contra as Pessoas que Vivem com HIV/AIDS (PVHA) ao fornecer atenção médica. Administrar anticorpo HIV, testes para pacientes sem consentimento foi o ato de discriminação relatado pela maioria dos profissionais. Uma entrevista com 23 mulheres, destacam que os principais problemas enfrentados após o diagnóstico foram o preconceito, discriminação, necessidade de tomar medicamentos diariamente e as preocupações relacionadas ao desejo de ser mãe. Pessoas heterossexuais que contraem o vírus do HIV acabam tendo um sofrimento maior por estarem acometidas de uma doença que seria exclusiva dos homossexuais, sofrendo mais estigmas e preconceitos. A exclusão social de pessoas infectadas pelo vírus do HIV pode ser ilustrada pelo fato de que 46 países ainda impõem alguma forma de restrição para a entrada dessas pessoas. Uma pesquisa feita com 26 indivíduos soropositivos, mostra que o preconceito, veio das relações mais próximas, como no ambiente de trabalho, na família e no círculo de amizades. Relação homoafetiva, ter sofrido estigma ou preconceito, presença de sintomas psicossociais e ter adquirido infecções oportunistas foram preditores associados à pior qualidade de vida.CONCLUSÃO:Os profissionais de saúde devem acolher, possibilitando uma visão positiva acerca do tratamento, persistir e fortalecer o elo com família, para que os mesmos possam ser uma rede de apoio, pois, ainda que pertencentes à mesma cultura, o sistema de crenças, valores e opiniões das pessoas são híbridos. A discriminação do mundo exterior levará as emoções negativas entre as PVHS, incluindo ansiedade depressão, culpa e outros sintomas de saúde mental, interferindo na adesão ao tratamento.