PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE MORBIDADE POR DOENÇAS ONCO-HEMATOLÓGICAS NO BRASIL

Abstract

Introdução: As neoplasias onco-hematológicas são um grupo heterogêneo de doenças que afetam os precursores hematopoiéticos da medula óssea, sendo responsáveis por significativas taxas de morbimortalidade. São caracterizadas por modificações no sistema imunológico e os fatores de risco, para o seu desenvolvimento, são decorrentes da associação entre fatores genéticos, físico-químicos e ambientais, que podem influenciar na ocorrência de alterações moleculares nas células tronco hematopoiéticas, proporcionando a proliferação celular anormal. Objetivos: Descrever o perfil epidemiológico de morbidade por doenças onco-hematológicas, no Brasil, segundo sexo e faixa etária, no período de 2015 a 2020. Material e Métodos: Trata-se de estudo epidemiológico descritivo quantitativo, realizado em junho de 2020, por meio de dados secundários, extraídos do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), por meio do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), do Ministério da Saúde. Os dados estavam relacionados ao número de internações por doenças onco-hematológicas (Doença de Hodgkin; Linfoma Não-Hodgkin e Leucemia), de acordo com a lista de morbidade do CID-10, por local de internação e ano de processamento da informação, entre janeiro de 2015 a abril de 2020. Adicionalmente, as informações foram caracterizadas por sexo e faixa etária. Resultados: No período avaliado, foram registradas 305.149 internações por doenças onco-hematológicas, das quais, 63,3% ocorreram por leucemia, 28,4% por linfoma e 8,3% por Doença de Hodgkin. Constatou-se, no ano de 2019, 61.426 casos e, até abril de 2020, um quantitativo de 20.631 hospitalizações. O sexo masculino foi o mais acometidos por essas neoplasias hematológicas, apresentando 57,7% dos casos, e o sexo feminino obteve o menor número, com 42,3% das internações. Constatou-se que a maior quantidade de hospitalizações (n=3.652) ocorreu em crianças entre 5 e 9 anos de idade. Assim, observa-se que houve aumento no número de internações anuais, ao longo do recorte temporal analisado e maior tendência de hospitalizações por leucemia, na população masculina e infantil. Conclusões: Diante da significativa morbidade causada pelas doenças onco-hematológicas, torna-se necessário o fortalecimento das políticas públicas de promoção à saúde e de prevenção, voltadas para a assistência do paciente com câncer hematológico, com destaque para a população masculina e infantil. Estas medidas são fundamentais para que ocorra redução nos índices de tais neoplasias, no contexto nacional.