PLANO DE CONTINGÊNCIA MUNICIPAL PARA ATENDIMENTO PSICOLÓGICO NA PANDEMIA – COVID 19
Resumo
Introdução - O anúncio de uma pandemia, fez com que a população encarasse uma situação de muitas dúvidas e inseguranças. Diante de tal cenário, para além da saúde física, é necessária atenção especial para a saúde mental.
Objetivos - Organizar adequações para o melhor acompanhamento psicológico da Secretaria de Saúde (SMS).
Métodos - Análise de materiais como o Plano Municipal de Contingência da SMS, notas técnicas do Conselho de Psicologia, artigos e materiais norteadores para atuação psicológicas em situações de crises, emergências e desastres.
Resultados - A organização seguiu o Plano Municipal de Contingência e seus 3 níveis de resposta. No 1º nível, de alerta, onde risco é elevado, mas sem casos suspeitos, suspendeu-se os atendimentos presenciais, reorganizando para que nenhum paciente ficasse desamparado.
O CAPS, adotou o contato telefônico com os pacientes e acolhimento presencial em casos específicos, mantendo atendimentos em surto, tentativa de suicídio ou internamentos através do PS. Acompanhamentos ambulatoriais, foram substituídos por telefônicos e WhatsApp. Mantidos presenciais atendimentos no hospital, PS e gestantes de risco, por serem demandas que muitas vezes, necessitam de aporte psicossocial imediato. Formamos grupos semanais presenciais de “Apoio Emocional” para profissionais de saúde, participamos de reuniões de coordenação e elaboração de materiais informativos e orientações em canais de comunicação.
O 2º nível, de Perigo Iminente, onde há confirmação de casos suspeitos, os atendimentos dos profissionais de saúde passaram a ser quinzenais e por telefone. Em hospital e PS foram mantidos, em CAPS ampliados com atividades em vídeo para os pacientes. Foi também implantada uma linha exclusiva de apoio psicológico para a população e pessoas em isolamento ou infectados e implantado o serviço de “Visitas Virtuais”, visando colocar em contato pacientes que estão em isolamento hospitalar com a família.
O 3º nível, que estamos vivendo, é a de Emergência de Saúde Pública, em que há transmissão local e a probabilidade de casos de morte. Nesta fase consideramos os processos de luto, que poderão ser complicados pois ocorrerão diferentes em diversos aspectos. Neste contexto, o acompanhamento de famílias enlutadas é primordial, pois os reflexos podem surgir com o tempo e provocar alterações na dinâmica pessoal e familiar, estes são realizados via telefone. Em hospital e PS, o serviço continua oferecendo suporte às equipes e familiares de pacientes internados.
Conclusões - Além da escuta ativa, buscou-se proporcionar um ambiente de reflexão sobre as fases da crise, analisando possíveis soluções e alternativas, apoiando e contribuindo para soluções coletivas.
Considerações finais - Percebemos que, com a organização prévia do serviço, conseguimos agir conforme o momento, sem risco para profissionais e não deixando descoberta a atenção à saúde mental em todas as esferas.