INTERNAÇÕES POR ANOMALIAS CONGÊNITAS DO QUADRIL E O IMPACTO ECONÔMICO NO SUS NOS ÚLTIMOS DEZ ANOS
Data
2020-07-31Autor
LUÍS FILIPE BORTOLOTTO UGALDE
GABRIEL DIAS OLIVEIRA
GUILHERME DA FONSECA VILELA
STEFANO HENRIQUE EBERHART SILVA PINTO
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Introdução
Malformações ou anomalias congênitas (AC) dizem respeito ao grupo de alterações morfofuncionais que ocorrem durante a vida intrauterina e são evidentes ao nascer ou com manifestação tardia, sendo sua causa atrelada a fatores genéticos, ambientais ou desconhecidos. Segundo o Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos, no Brasil, entre 1994-2018, as malformações osteomusculares tiveram maior prevalência – especialmente as de quadril e pé. Denomina-se displasia do desenvolvimento do quadril a faixa de anormalidades de natureza anatômica que acometem o quadril, de origem congênita ou não. A ocorrência desta condição é multifatorial, envolve aspectos étnicos, geográficos, e tem prevalência estimada de 1 a 17 a cada 1000 nascimentos vivos.
Sabe-se que as AC acarretam em impactos familiares, sociais e econômicos. Neste, expressa-se através da maior chance de internação e reinternações ao longo da vida. Ademais, as AC implicam em taxas altas de anos potenciais de vida perdidos, bem como demandam de uma série de cuidados para que a qualidade de vida do portador seja garantida. Nesse contexto, faz-se necessário o Estado reconhecer o impacto econômico das internações relacionadas às deformidades congênitas do quadril (DCQ) para embasar planejamentos a fim de garantir o direito a saúde através da assistência adequada dos portadores.
Objetivo
Descrever o número de internações por DCQ no Brasil e os gastos relacionados no período entre 2010 e 2019.
Material e métodos
Estudo transversal descritivo e retrospectivo com base na observação dos dados do Sistema de Morbidade Hospitalar do SUS (SIH/SUS). Foram incluídas todas as internações por deformidades congênitas do quadril registradas por ano, entre 2010 e 2019 ocorridas no Brasil. As variáveis analisadas foram: internações por ano, custo total, custo médio por internação, regime de atendimento, tempo médio de internação e faixa etária.
Resultados
Entre 2010 e 2019 foram registradas 13.745 internações por deformidades congênitas do quadril no Brasil. No período, houve um aumento de 11,65% de internações. No total, representam um custo ao SUS de R$ 17.317.207,38. O custo médio de cada internação é de R$ 1.259,89 sendo que 39,77% das internações tiveram caráter de urgência. O tempo médio de internação foi de 4,1 dias. As faixas etárias que mais tiveram internações foram: 0 a 4 anos com 42,14% (n=5.793) e entre 5 e 14 com 29,03% (n= 3.991).
Conclusão
Fica evidente que as internações por DCQ geram um grande impacto econômico no SUS, bem como na vida dos indivíduos, cujo acompanhamento deve ser longitudinal e é um dever que compete ao Estado. Portanto, faz-se necessário a coordenação de atitudes entre profissionais e gestores para um manejo adequado. Através da gestão da federação de ações e serviços a fim de garantir assistência integral aos indivíduos portadores, será possível assegurar o direito à saúde com o menor impacto aos cofres públicos.