O diário de Anne Frank e o ensino da história : uma proposta didática para trabalhar a presença de ideias supremacistas entre adolescentes
Resumo
Resumo: Uma breve pesquisa na internet mostra que o número de manifestações neonazistas cresceu muito no Brasil nos últimos anos. Uma das principais pesquisadoras do tema, a antropóloga Adriana Abreu Magalhães Dias, levantou dados acerca do perfil das pessoas que aderem a esses ideais e revelou que jovens do sexo masculino brancos são seus principais adeptos, embora não os únicos. Segundo a pesquisadora, no Brasil até mesmo jovens identificados como negros e pardos podem ser admitidos nesses grupos. Diante dessas informações, o intuito da presente pesquisa é trazer propostas didáticas para que professoras e professores possam trabalhar a presença de ideias supremacistas entre adolescentes. Para isso, a ideia é utilizar a adaptação em quadrinhos de O Diário de Anne Frank (FOLMAN e POLONSKI, 2020). A escolha dessa Graphic Novel ocorreu por se tratar de um relato em primeira pessoa de uma adolescente, cuja faixa etária é a mesma que se propõe trabalhar, que são alunas e alunos do nono ano do ensino fundamental, embora se já possível aplicar as atividades ao Ensino Médio. Anne Frank foi vítima da Shoah (evento comumente denominado por Holocausto), que foi uma política pública alemã antissemita, logo, racista, e seu diário, que ela tencionava tornar público após o fim da Segunda Guerra Mundial, se tornou emblemático nas discussões para prevenir eventos análogos ao que a vitimou. Para isso, o primeiro capítulo da pesquisa busca historicizar o surgimento dos fascismos europeus, iniciando pelas ideias iluministas e chegando às manifestações neonazistas no Brasil atual. Ainda no primeiro capítulo, há a abordagem sobre os negacionismos e o revisionismo histórico e como isso repercute no ensino de História, trazendo autores como Arendt, Almeida (2020), Dias (2007, 2020). No segundo capítulo é trabalhada a questão do uso dos quadrinhos no ensino de História com base em Ramos (2009), Vergueiro (2006), Vilela (2006) e Fronza (ANOOO). Por fim, o terceiro capítulo é dedicado à propostas para trabalhar o tema com os nonos anos, tendo como base o conceito de empatia histórica de Peter Lee (2003) associado ao conceito de Consciência Histórica de Rüsen (2011) para embasar a elaboração da intervenção didática. Abstract: A brief internet search shows that the number of neo-Nazi demonstrations has grown a lot in Brazil in recent years. One of the main researchers on the topic, anthropologist Adriana Abreu Magalhães Dias, collected data about the profile of people who adhere to these ideals and revealed that young white males are their main supporters, although not the only ones. According to the researcher, in Brazil even young people identified as black and mixed race can be admitted to these groups. Given this information, the purpose of this research is to bring didactic proposals so that teachers can address the presence of supremacist ideas among adolescents. To do this, the idea is to use the comic adaptation of The Diary of Anne Frank (FOLMAN and POLONSKI, 2020). The choice of this Graphic Novel occurred because it is a firstperson account of a teenager, whose age range is the same as the one proposed to work with, who are students and students in the ninth year of elementary school, although it is already possible to apply the activities to the High school. Anne Frank was a victim of the Shoah (an event commonly called the Holocaust), which was an anti-Semitic and therefore racist German public policy, and her diary, which she intended to make public after the end of the Second World War, became emblematic in discussions to prevent events similar to the one that victimized her. To this end, the first chapter of the research seeks to historicize the emergence of European fascism, starting with Enlightenment ideas and reaching neo-Nazi manifestations in current Brazil. Still in the first chapter, there is an approach to denialism and historical revisionism and how this impacts the teaching of History, bringing authors such as Arendt, Almeida (2020), Dias (2007, 2020). In the second chapter, the issue of using comics in History teaching is discussed based on Ramos (2009), Vergueiro (2006), Vilela (2006) and Fronza (ANOOO). Finally, the third chapter is dedicated to proposals for working on the theme with the ninth years, based on Peter Lee's (2003) concept of historical empathy associated with Rüsen's (2011) concept of Historical Consciousness to support the elaboration of the intervention didactics.
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