Gestão da informação e decolonialidade? é possível?

Abstract

Resumo : A Gestão da Informação surgiu em um contexto capitalista e traz consigo heranças da colonialidade. Pensar a Gestão da Informação sob diferentes perspectivas é necessário, considerando as urgências da contemporaneidade. Esta pesquisa teve como objetivo identificar as possibilidades de relações entre o campo da Gestão da Informação e a decolonialidade. Os procedimentos metodológicos empregados foram de natureza qualitativa, com delineamento bibliográfico e propósito exploratório, buscando analisar os conceitos de Gestão da Informação e de decolonialidade em literaturas pertinentes. Apesar da ausência de literatura sobre Gestão da Informação e decolonialidade, constatou-se que dimensões relacionais são possíveis. Essa possibilidade de relação entre os campos nasce do fato de que áreas que pressupostamente compõem a Gestão da Informação, sendo elas a Administração, a Ciência da Informação e a Tecnologia da Informação têm discutido o tema da decolonialidade, demonstrando que uma Gestão da Informação decolonial é aquela que busca a equidade epistêmica e que garante que as práticas informacionais respeitem e valorizem as diversidades históricas, culturais e sociais. Conclui-se que, identificada esta possibilidade, a construção de uma perspectiva decolonial na e para a Gestão da Informação é urgente. Dessa relação, é possível compreender que, além de promover a desconstrução de hierarquias colonialistas, a abordagem decolonial contribui para o avanço teórico, epistemológico e prático. Com efeito, ela pode fornecer aos profissionais, pesquisadores e instituições elementos para adoção de uma ótica disruptiva e de enfrentamento no campo informacional

Abstract : Information Management emerged in a capitalist context and carries legacies of coloniality. It is necessary to consider Information Management from different perspectives, given the urgencies of contemporary issues. This research aimed to identify the possibilities for relationships between the field of Information Management and decoloniality. The methodological procedures employed were qualitative in nature, with a bibliographic design and exploratory purpose, seeking to analyze the concepts of Information Management and decoloniality in relevant literature. Despite the absence of literature on Information Management and decoloniality, it was found that relational dimensions are possible. This potential for relationship between the fields arises from the fact that areas that presumably compose Information Management, namely Administration, Information Science, and Information Technology, have discussed the theme of decoloniality, demonstrating that a decolonial Information Management is one that seeks epistemic equity and ensures that informational practices respect and value historical, cultural, and social diversities. It is concluded that, once this possibility is identified, the construction of a decolonial perspective in and for Information Management is urgent. From this relationship, it is possible to understand that, in addition to promoting the deconstruction of colonialist hierarchies, the decolonial approach contributes to theoretical, epistemological, and practical advancement. Indeed, it can provide professionals, researchers, and institutions with elements for adopting a disruptive and confrontational perspective in the informational field