O efeito do treinamento físico periodizado associado ao treino muscular inspiratório (TMI) sob a ventilação periódica : um estudo de caso
Resumo
Resumo: Introdução: Alguns achados do teste cardiopulmonar podem estar relacionados diretamente com os desfechos prognósticos da insuficiência cardíaca (IC), especialmente em relação à eficiência ventilatória, neste caso a ventilação periódica, sendo um forte preditor de mau prognóstico na IC e aumento na mortalidade. Objetivo: demonstrar o efeito do treinamento muscular ventilatório associado ao treinamento físico prescrito de forma periodizada sob a ventilação periódica. Metodologia: Paciente homem (A.S), 76 anos, com diagnóstico de Insuficiência Cardíaca com fração de ejeção do ventrículo esquerdo reduzido (ICFER), foi encaminhado para o programa ambulatorial de Fisioterapia Cardiovascular da Academia do Coração do Hospital Cardiológico Costantini em Curitiba, PR. Realizou sob supervisão médica o teste cardiopulmonar de admissão no programa para definição de carga de treinamento e avaliação da aptidão física. Além disso, sob supervisão do fisioterapeuta que realizou manovacuometria, teste de força muscular localizada de 10 repetições máximas (10 RM) para os grandes grupos musculares e composição corporal por pregas cutâneas. Os resultados demonstraram baixa capacidade funcional, presença de ventilação periódica, obesidade com alto percentual de gordura corporal, e fraqueza muscular localizada. A partir disto foi prescrito um programa de exercícios de forma periodizada, com progressão de carga linear, tanto para os exercícios neuromusculares (periféricos e respiratórios) como para o treino cardiovascular (caminhada em esteira). O programa foi mantido por 6 semanas. Após a conclusão desta fase inicial o paciente foi reavaliado com novo teste cardiopulmonar, novo teste de 10RM e nova avaliação de composição corporal. Resultados: Foi observado aumento do VO2 pico de 10,9 ml/kg/min para 15,1 ml/kg/min (39%), melhora da classe funcional de classe III para II de NYHA, melhora na eficiência ventilatória por diminuição da VE/VCO2 de 51,2 para 39,1 (-28,5%) e ausência de ventilação periódica e melhora na força muscular periférica e manutenção da composição corporal. Conclusão: Um programa de exercícios prescrito de forma periodizada , associando o treino muscular ventilatório ao treino físico mostrou-se eficaz neste caso para o tratamento da insuficiência cardíaca com a presença da ventilação periódica.