Inovação biotecnologica na industria de derivados lacteos
Resumo
Resumo: Este trabalho analisa as trajetórias de inovação biotecnológica na indústria de derivados lácteos, segundo a visão teórica evolucionista e a de alguns estudos teóricos específicos sobre o sistema agroalimentar, de forma a responder as questões atualmente levantadas sobre o porquê do seu atual fracasso frente às expectativas lançadas a partir da década de 70 relacionadas ao potencial de ruptura e reestruturação que estas tecnologias poderiam provocar nos sistemas produtivos e nos paradigmas tecnológicos em curso. Nesta indústria a inserção da biotecnologia vem ocorrendo historicamente de forma lenta e gradual sendo que sempre foi uma de suas principais bases tecnológicas. Isso tem determinado um quadro de inovações de natureza incremental pautadas na diferenciação e na diversificação das linhas de produtos existentes ao longo de uma mesma trajetória tecnológica. Essas inovações são introduzidas através da realização de diversas formas de "importação" e transferência externa de tecnologia, notadamente acentuada com o quadro de domínio das empresas multinacionais no setor e em função de suas especificidades estruturais, sociais, econômicas, concorrenciais e institucionais, das propriedades do regime tecnológico vigente e do processo de aprendizagem e competência das firmas. Como resultado, esta indústria é caracterizada por um baixo índice de geração autônoma de novas biotecnologias, e por um ritmo acelerado de introdução e de realização de inovações incrementais, ou secundárias, desencadeadas pelas necessidades de adequações e adaptações das tecnologias "importadas". Sob estes aspectos, tais trajetórias não são adequadamente analisadas exclusivamente através dos conceitos desenvolvidos pela teoria evoluvionista no caso do setor de laticínios.
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