Fotocoagulação com laser de alta potência e escleroterapia para tratamento de malformações vasculares orais : série de casos

Abstract

Resumo : As malformações vasculares são anomalias estruturais relacionadas ao desenvolvimento embriogênico, sendo reconhecidas ao nascimento, com crescimento proporcional ao da criança e sem involução espontânea. As lesões apresentam grande variabilidade clínica e são classificadas segundo a ISSVA (2018) em malformações vasculares simples, combinadas e associadas a outras anomalias. A malformação vascular venosa ocorre comumente na região da cabeça e pescoço, sendo a escolha do tratamento dependente do tipo de malformação, etiologia, localização, profundidade e características do fluxo da lesão. Entre as opções de tratamento estão a crioterapia, embolização, escleroterapia, cirurgia a laser e cirurgia convencional. O objetivo deste trabalho é relatar o diagnóstico e tratamento de quatro pacientes com malformações vasculares orais, tratados com escleroterapia e fotocoagulação a laser. Os pacientes tratados com escleroterapia com oleato de monoetanolamina (n=2) e laser de alta potência de diodo (n=2) apresentaram lesões nas regiões de língua, lábio superior e fundo de vestíbulo inferior, sendo dois pacientes do sexo feminino e dois do sexo masculino com idades entre 33 e 67 anos. Os pacientes foram avaliados quanto à dor pós-operatória e cicatrização das lesões. A dor pós-operatória relatada foi de zero para os pacientes submetidos ao laser de alta potência, e não houve a necessidade de prescrição medicamentosa, já na escleroterapia a média de dor foi de 6, com necessidade de prescrição medicamentosa e aplicação de gelo na região. Nos casos em que foi aplicado o laser de diodo de alta potência, não houve complicações, já nos casos realizados com escleroterapia com oleato de monoetanolamina, um paciente necessitou de associação com a cirurgia e o outro apresentou equimose exacerbada extraoral. Nos casos descritos, tanto a aplicação da fotocoagulação a laser quanto a escleroterapia, mostraram ser métodos seguros e eficazes, dentro dos seus respectivos mecanismos de ação, permitindo a regressão das lesões, porém o laser de diodo apresenta menor desconforto pós-operatório quando comparado ao agente esclerosante.

Abstract : Vascular malformations are structural anomalies related to embryonic development, recognized at birth, with growth proportional and without spontaneous regression. The lesions exhibit significant clinical variability and are classified according to ISSVA (2018) into simple, combined, and associated with other anomalies. Venous vascular malformation commonly occurs in the head and neck region and the choice of treatment depends on the type of malformation, etiology, location,depth, and characteristics of the lesion flow. Treatment options include cryotherapy, embolization, sclerotherapy, laser surgery, and conventional surgery. The aim of this study is to repor the treatment of four patients diagnosed with oral vascular malformations, treated with sclerotherapy and laser photocoagulation. Patients treated with monoethanolamine oleate sclerotherapy (n=2) and high- power diode laser (n=2) presented lesions in the tongue, upper lip, and lower vestibular fornix regions, with two female and two male patients aged between 33 and 67 years. Patients were evaluated for pain and lesion healing. The reported postoperative pain was zero for patients undergoing high-power laser, and no medication prescription was necessary. In sclerotherapy cases, the average pain was 6, requiring medication prescription and ice application to the region. In cases where high-power diode laser was applied, there were no complications, while in cases treated with onoethanolamine oleate sclerotherapy, one required surgery association, and the other experienced exacerbated extraoral bruising. In the described cases, both laser photocoagulation and sclerotherapy proved to be safe and effective methods, within their respective mechanisms of action, allowing the regression of the injuries. However, the diode laser presents less postoperative discomfort when compared to the sclerosing agent.