Caracterização da acromegalia de acordo com o tamanho tumoral ao dignóstico
Resumo
Resumo: Avaliar as características clínicas, laboratoriais, radiológicas, terapêuticas e prognósticas de pacientes com acromegalia de acordo com o tamanho do adenoma hipofisário secretor de hormônio do crescimento (GH) ao diagnóstico. Pacientes e Métodos: Estudo observacional, retrospectivo e unicêntrico de pacientes com acromegalia acompanhados em um centro terciário. Foram avaliados dados dos prontuários em relação a idade, sintomas, presença de hipertensão arterial, diabetes mellitus tipo 2, hipopituitarismo, tamanho da lesão inicial, invasividade (invasão do seio cavernoso), sinal na ponderação T2 da Ressonância Nuclear Magnética, níveis de GH e fator de crescimento semelhante à insulina tipo 1 (IGF-1), tratamento realizado [cirurgia, uso de ligantes do receptor da somatostatina (LRS), de pegvisomanto, cabergolina e bromocriptina e realização de radioterapia (RTX)] e resposta ao tratamento cirúrgico ou adjuvante (níveis normais de IGF-1 após cada tratamento instituído). Os pacientes foram divididos em grupos de acordo com o tamanho do adenoma ao diagnóstico (grupo I = < 10 mm, II = 10-19 mm, III = 20-29 mm, IV = 30-39 mm e V = = 40 mm), e foram realizadas comparações entre os 5 .grupos, correlação do tamanho tumoral com as variáveis estudadas e análise de curvas ROC para investigação do tamanho tumoral que melhor prediz a presença de características de pior prognóstico e resposta terapêutica Resultados: Foram estudados 117 pacientes (59 mulheres, idade ao diagnóstico 43 ± 13 anos). O grupo I foi constituído por 11 pacientes (9%), o grupo II por 54 (46%), o grupo III por 34 (29%), o grupo IV por 10 (9%) e o grupo V por 8 pacientes (7%). A prevalência de hipertensão, diabetes mellitus e hipopituitarismo foi de 49%, 25% e 28%, respectivamente. O hipopituitarismo, a invasividade e o uso de LRS tiveram suas prevalências aumentadas de acordo com o tamanho do adenoma, assim como os níveis de GH. Já a idade, apresentou uma correlação negativa com o tamanho tumoral, e o grupo I apresentou idade maior quando comparado ao grupo com macroadenoma. As curvas ROC mostraram que em relação ao tamanho do adenoma ao diagnóstico, a maioria dos desfechos avaliados (hipopituitarismo, invasividade, radioterapia, uso de LRS, uso de outros medicamentos além dos LRS, não controle da doença após cirurgia) ocorreu com diâmetro tumoral em torno de 20 mm. Conclusão: Nosso estudo demonstrou que microadenomas e macroadenomas < 20 mm se associam com menor morbidade e melhor resposta terapêutica na acromegalia. A partir de diâmetro tumoral de 20 mm, não houve diferença significativa no comportamento clínico, terapêutico e prognóstico dos adenomas hipofisários secretores de GH. Abstract: To evaluate the clinical, laboratory, radiological, therapeutic, and prognostic characteristics of patients with acromegaly according to the size of the growth hormone (GH)-secreting pituitary adenoma at diagnosis. Patients and Methods: Observational, retrospective, single-center study of patients with acromegaly followed at a tertiary center. Data from medical records were evaluated regarding age, symptoms, presence of arterial hypertension, type 2 diabetes mellitus, hypopituitarism, size of the initial lesion, invasiveness (cavernous sinus invasion), T2- weighted magnetic resonance imaging signal intensity, GH and insulin-like growth factor type 1 (IGF-1) levels, treatment performed [surgery, use of somatostatin receptor ligands (SRL), pegvisomant, cabergoline and bromocriptine and radiotherapy] and response to surgical or adjuvant treatment (normal levels of GH and/or IGF-1 after each treatment instituted).Patients were divided into groups according to the size of the adenoma at diagnosis (group I = < 10 mm, II = 10-19 mm, III = 20-29 mm, IV = 30- 39 mm and V = = 40 mm), and comparisons were made between the 5 groups, correlation of tumor size with other disease parameters and ROC curves to investigate the tumor size that best predicts the presence of characteristics associated with worse prognosis and therapeutic responses. Results: 117 patients were studied (59 women, age at diagnosis 43 ± 13 years). Group I consisted of 11 patients (9%), group II of 54 (46%), group III of 34 (29%), group IV of 10 (9%) and group V of 8 patients (7%). The prevalence of hypertension, diabetes mellitus and hypopituitarism were 49%, 25% and 28%, respectively. Hypopituitarism, invasiveness and the use of SRL had their prevalence increased according to the size of the adenoma, as well as GH levels. Age, on the other hand, showed a negative correlation with tumor size, and group I was older when compared to the group with macroadenoma. The ROC curves showed that in relation to the size of the adenoma at diagnosis, most of the outcomes evaluated (hypopituitarism, invasiveness, radiotherapy, use of SRL, use of medications other than SRL, uncontrolled disease after surgery) occurred with a tumor diameter of around 20 mm. Conclusion: Our study demonstrated that microadenomas and macroadenomas < 20 mm are associated with lower morbidity and better therapeutic response in acromegaly. From a tumor diameter of 20 mm, there was no significant difference in the clinical, therapeutic, and prognostic behavior of GH-secreting pituitary adenomas.
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