Efeitos neurocognitivos da estimulação olfativa em pessoas com declínio cognitivo subjetivo e declínio cognitivo leve
Resumo
Resumo: Introdução: O comprometimento cognitivo leve (CCL) é caracterizado por declínio cognitivo, considerando a idade e a educação de uma pessoa, embora sem interferência notável nas atividades da vida diária, enquanto no declínio cognitivo subjetivo (DCS) o paciente se sente prejudicado funcionalmente, porém com desempenho normal nos testes neuropsicológicos. É descrito na literatura que quadros de CCL e DCS poderiam ser postergados por meio de diversas estimulações externas. A estimulação sensorial é uma das formas de intervenção nãofarmacológica que tem despertado o interesse dos pesquisadores. Dentre as estimulações sensoriais, pode-se citar a estimulação olfativa, estudada em distúrbios cognitivos, demenciais e neuropsiquiátricos, para reabilitação clínica. Objetivos: o objetivo do presente estudo é analisar a influência da estimulação olfativa no desempenho cognitivo dos participantes com base em testes neuropsicológicos. Metodologia: O estudo é um ensaio clínico envolvendo indivíduos que apresentem queixa subjetiva de memória. Todos os participantes que se enquadraram nos critérios foram submetidos no início do estudo a uma avaliação otorrinolaringológica completa incluindo teste olfativo com UPSIT. Posteriormente, foram avaliados pela equipe da neurologia, e aplicados testes neurocognitivos - lista de palavras e teste de dígitos. Os pacientes aptos foram submetidos à RNM para exclusão de causas associadas e obtenção de biomarcadores de imagem. Após 6 meses de treinamento olfativo, foram reavaliados com os testes neurocognitivos utilizados no início do estudo, bem como nova aplicação do UPSIT, para análise comparativa pré e pós-intervenção. Resultados: 17 participantes concluíram os 6 meses de treinamento, todos do sexo feminino, entre 59 e 76 anos, com quadro de Declínio Cognitivo Subjetivo e predominantemente com microsmia moderada. Foi possível observar que, apesar de não ter sido estatisticamente significativo, houve leve melhora da pontuação do UPSIT, embora permanecendo como "microsmia moderada", principalmente entre aqueles que apresentaram aderência nos treinos maior que 90%. Quanto aos escores neuropsicológicos, não houve mudança pós treinamento. Conclusões: existem poucos estudos analisando a intervenção com treinamento olfatório em idosos sem demência e os resultados revelam que a maioria deles possui déficit olfativo, portanto esse estudo é de suma importância para obter dados que são escassos na literatura a respeito da influência do treinamento olfatório em diversos domínios cognitivos. Mais estudos são necessários, preferencialmente com um número maior de participantes