Variação da velocidade de marcha e fatores clínicos associados em pessoas idosas da atenção primária à saúde : estudo longitudinal
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Data
2024Autor
Spekalski, Midiã Vanessa dos Santos
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Resumo: analisar a variação da velocidade da marcha e os fatores clínicos associados em pessoas idosas da Atenção Primária à Saúde, no período mínimo de dois anos. Materiais e método: estudo longitudinal prospectivo, do tipo quantitativo, subprojeto do projeto de pesquisa matriz intitulado "As variações da fragilidade física e da funcionalidade de idosos da atenção primária à saúde", desenvolvido com 389 idosos da atenção primária à saúde. As coletas de dados foram realizadas nos anos de 2019 (1ª onda) e 2022 (2ª onda), com idosos assistidos em uma Unidade Básica de Saúde de Curitiba-PR. Aplicou-se questionário com variáveis sociodemográficas e clínicas, incluindo autorrelato de agravos em saúde e história pregressa; teste Timed Up and Go para verificar o risco de queda; e avaliação do fenótipo da fragilidade física, com destaque para a velocidade da marcha. Os dados foram analisados de forma descritiva, a partir da distribuição de frequência absoluta e relativa, média e desvio padrão; bem como análise inferencial por meio de testes não paramétricos qui-quadrado, Wilcoxon Signed Rank e Exato de McNemar, para amostras pareadas, a fim de comparação entre os dois momentos (1ª e 2ª avaliação); e regressão logística para propor modelo preditivo, o qual considerou a entrada de variáveis que apresentaram p-valor =0,20 (técnica enter hierárquico), permanecendo no modelo as variáveis que apresentaram valor de p=0,05 ou que ajustassem o modelo. Considerou-se o nível de significância de 5%. O estudo recebeu parecer favorável do Comitê de Ética em Pesquisa. Resultados: a prevalência de VM reduzida na 1ª onda (n=389) foi de 20,8% (n=81). Com relação à 2ª onda (n= 128), 21 (16,4%) participantes apresentaram VM reduzida, dos quais 13 (61,9%) já dispunham dessa condição na baseline e 8 (6,25%) da amostra apresentaram redução da VM durante o seguimento (incidência). Ainda, 8 (7,5%) idosos com VM reduzida na 1ª onda apresentaram melhora desse parâmetro , indicando VM preservada na 2ª onda. Observou-se acréscimo na média de velocidade de marcha dos idosos de 0,04m/s durante o seguimento (de 1,03 m/s para 1,07m/s), no entanto, a variação não foi estatisticamente significativa (p=1,00). Os fatores clínicos, embora associados à VM reduzida na 1ª onda de avaliação, não apresentaram relação estatisticamente significativa à mudança na VM dos idosos durante o seguimento do estudo. O modelo preditivo de VM reduzida indicou que as variáveis comprometimento cognitivo sugestivo (OR:19,62; IC95%=1,93-209,92; p=0,014), força de preensão manual (OR:1,97; IC95%=1,04-3,71; p=0,036) risco de queda (OR:4,07; IC95%=2,27-7,28; p<0,001), histórico de quedas no último ano (OR:1,81; IC95%=0,99-3,26; p=0,050), problemas metabólicos (OR:1,97; IC95%=1,09-3,55; p=0,024), auditivo (OR:0,33; IC95%=0,14-0,80; p=0,013) e cardiovascular (OR:2,08; IC95%=1,02-4,26; p=0,044), aumentaram as chances de as pessoas idosas apresentarem VM reduzida. Conclusão: não houve variação significativa da VM no período investigado e os fatores clínicos se mostraram associados à VM reduzida apenas na 1ª onda de avaliação. É importante que a equipe de saúde da atenção primária desenvolva ações de acompanhamento, bem como de rastreio da velocidade da marcha e das condições clínicas relacionadas à saúde, com vistas a evitar a progressão da síndrome da fragilidade das pessoas idosas. Abstract: to analyze the variation in gait speed and associated clinical factors in elderly people in Primary Health Care, over a minimum period of two years. Materials and method: prospective longitudinal study, quantitative, subproject of the main research project entitled "Variations in physical frailty and functionality of elderly people in primary health care", developed with 389 elderly people in primary health care. Data collection was carried out in 2019 (1st wave) and 2022 (2nd wave), with elderly people cared for in a Basic Health Unit in Curitiba-PR. A questionnaire was applied with sociodemographic and clinical variables, including self-report of health problems and past history; Timed Up and Go test to check the risk of falling; and assessment of the physical frailty phenotype, with emphasis on gait speed. The data were analyzed descriptively, based on absolute and relative frequency distribution, mean and standard deviation; as well as inferential analysis using non-parametric chi-square tests, Wilcoxon Signed Rank and McNemar's exact tests, for paired samples, in order to compare the two moments (1st and 2nd assessment); and logistic regression to propose a predictive model, which considered the entry of variables that presented a p-value =0.20 (hierarchical enter technique), with variables that presented a p-value =0.05 or that adjusted the model remaining in the model. A significance level of 5% was considered. The study received a favorable opinion from the Research Ethics Committee. Results: the prevalence of reduced MV in the 1st wave (n=389) was 20.8% (n=81). In relation to the 2nd wave (n= 128), 21 (16.4%) participants presented reduced MV, of which 13 (61.9%) already had this condition at baseline and 8 (6.25%) of the sample presented a reduction of MV during follow-up (incidence). Furthermore, 8 (7.5%) elderly people with reduced MV in the 1st wave showed improvement in this parameter, indicating preserved MV in the 2nd wave. An increase in the elderly's average walking speed of 0.04 m/s was observed during the follow-up (from 1.03 m/s to 1.07 m/s), however, the variation was not statistically significant (p=1 ,00). Clinical factors, although associated with reduced MV in the 1st wave of evaluation, did not present a statistically significant relationship to the change in the elderly's MV during the study follow-up. The predictive model of reduced MV indicated that the variables suggestive cognitive impairment (OR:19.62; CI95%=1.93-209.92; p=0.014), handgrip strength (OR:1.97; CI95%= 1.04-3.71; p=0.036) risk of falling (OR:4.07; 95%CI=2.27-7.28; p<0.001), history of falls in the last year (OR:1.81; CI95%=0.99-3.26; p=0.050), metabolic problems (OR:1.97; CI95%=1.09-3.55; p=0.024), auditory (OR:0.33; CI95 %=0.14-0.80; p=0.013) and cardiovascular (OR:2.08; 95%CI=1.02-4.26; p=0.044), increased the chances of elderly people having reduced MV. Conclusion: there was no significant variation in MV during the period investigated and clinical factors were associated with reduced MV only in the 1st wave of evaluation. It is important that the primary care health team develops follow-up actions, as well as tracking the speed of MV. gait and healthrelated clinical conditions, with a view to preventing the progression of frailty syndrome in elderly people.
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