Transplante hepático no tratamento da lesão iatrogênica da via biliar
Resumo
Resumo: Avaliar os resultados dos nossos pacientes que foram submetidos a transplante hepático por lesão iatrogênica do ducto biliar. Métodos: todos os pacientes que foram submetidos a transplante hepático para tratamento de complicações da lesão do ducto biliar foram incluídos no estudo. Os prontuários e protocolos de estudo desses pacientes foram analisados retrospectivamente para determinar características demográficas e clínicas, tratamento e desfecho dos pacientes. Resultados: de um total de 846 transplantes hepáticos realizados, 12 (1,4%) foram por lesão iatrogênica de via biliar: 10 (83,3%) ocorreram durante colecistectomia, 1 (8,3%) após quimioembolização e 1 (8,3%) durante laparotomia para controle de sangramento abdominal. A colecistectomia foi realizada por via aberta em 8 pacientes e por via laparoscópica em dois. Havia 8 mulheres (66,7%) e 4 homens (33,3%), com média de idade de 50,6 ± 13,1 anos (variação de 23 a 70 anos). Todos os transplantes foram realizados com fígados de doadores cadavéricos. O tempo operatório médio foi de 565,2 ± 106,2 minutos (variação de 400-782 minutos). A reconstrução biliar foi realizada com hepaticojejunostomia em Y de Roux em 11 pacientes e coledococoledocostomia em um. Sete pacientes morreram (58,3%) e cinco (41,7%) estavam vivos durante um seguimento médio de 100 meses (variação de 18 a 118 meses). Conclusão: o transplante hepático em pacientes com lesão iatrogênica das vias biliares é um procedimento complexo com elevada morbimortalidade. Entretanto é a única opção terapêutica definitiva quando já existe cirrose biliar secundária e insuficiência hepática crônica. Abstract: : To assess the outcomes of our patients who were subjected to LT for iatrogenic bile duct injury. Methods: All patients who underwent LT for treatment of complications of biliary duct injury were included in the study. Medical records and study protocols of these patients were retrospectively analyzed to determine demographic and clinical characteristics, treatment, and outcome of the patients. Results: Of a total of 846 liver transplants performed, 12 (1.4%) were due to iatrogenic bile duct injury: 10 (83.3%) occurred during cholecystectomy, 1 (8.3%) following chemoembolization, and 1 (8.3%) during laparotomy to control abdominal bleeding. Cholecystectomy was performed by open access in 8 patients and by laparoscopic access in two. There were 8 female (66.7%) and 4 male (33.3%) with a mean age of 50.6 ± 13.1 years (range 23 to 70 years). All transplants were performed with livers from cadaveric donors. The mean operative time was 558.2 ± 105.2 minutes (range, 400-782 minutes). Biliary reconstruction was performed with Roux-en-Y hepaticojejunostomy in 11 patients and choledochocholedochostomy in one. Seven patients died (58.3%) and five (41.7%) were alive during a mean follow up of 100 months (range 18 to 118 months). Conclusion: liver transplantation in patients with iatrogenic bile duct injury is a complex procedure with elevated morbimortality. However, it is the only definitive therapeutic option when there is already secondary biliary cirrhosis and chronic liver failure.
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