Casa Lar de Morretes-PR : reflexões frente ao abrigamento
Resumo
Resumo: O presente artigo problematiza um caso institucional buscando a compreensão da realidade social da criança e adolescente que diante da fragilização ou quebra do convívio familiar são abrigados, destacando suas rotinas após o ingresso e permanência na instituição, bem como os desdobramentos que trazem para a vida das mesmas. Tem por objetivo ainda cooperar com a qualificação desse tipo de acolhimento em Morretes e Região litorânea do PR. A metodologia de estudo é baseada na imersão acadêmica vivida desde a experiência do Projeto de Aprendizagem, passando pela experiência do Estágio Curricular e de vivências continuadas. Compreendem este grupo abrigado, 12 crianças e adolescentes de diferentes idades que foram encaminhadas e acolhidas em uma Casa Lar na cidade de Morretes (PR), no período compreendido entre 2011 e 2013. As reflexões apresentadas resultam de uma análise qualitativa das rotinas entre as crianças e adolescentes e os pais sociais na Casa Lar, durante o período citado, permitindo indicar que tanto as crianças quanto os adolescentes, em maioria sofrem a fragilização ou quebra dos vínculos com a família de origem e não se operacionalizam ações para que novos vínculos parentais sejam fortalecidos para que haja algum projeto de retorno desses aos seus familiares. Com este vazio não se operacionalizam também encaminhamentos para a adoção. Há séria preocupação dos pais sociais em atender seus filhos sociais da melhor maneira possível, de que tenham uma rotina familiar, que tenham bons resultados na escola, são sensíveis e zelosos; porém, por mais adequada que seja, indicava a todos que lá estavam um futuro incerto pois sabiam que aos 18 anos um novo rito de passagem os lhes aguardava, e naquele momento seria para rotinas e endereços incertos. Mas, mesmo com anos para a busca de alternativas de retorno ao grupo parental ou adoção, também aqueles gestores – públicos ou não – responsáveis pelos direitos dessas crianças e adolescente – não conseguiram evitar que a possibilidade do trauma da separação desta família social fosse tão concreto quanto aquilo que já viveram antes de ali serem acolhidos, pois a família social também se desintegra e poucos têm como caminho possível o retorno ao seu lar parental. Para esses uma nova instituição lhes aguarda
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