Acesso peritoneal minimamente invasivo : uma nova abordagem para a implantação do cateter para diálise peritoneal

Abstract

Resumo: As técnicas de implante de cateter para diálise peritoneal (DP) avançaram significativamente nos últimos anos. O presente estudo tem como objetivo analisar a sobrevida e as complicações associadas de cateteres inseridos usando uma nova técnica que é guiada por ultrassom e fluoroscopia e requer dissecção tecidual mínima. Foram comparados os resultados da inserção minimamente invasiva com a implantação tradicional com trocartes. Os procedimentos analisados foram realizados por nefrologistas em regime ambulatorial. Foram colocados 152 cateteres de DP em 152 pacientes com doença renal crônica em estágio 5, dentre os quais 62,5% dos pacientes eram homens, com média de idade de 56,6 ± 18,5 anos. Os dois métodos utilizados foram: a inserção minimamente invasiva (grupo MI, n=73) e a inserção de trocarte (grupo T, n=79). Os pacientes de ambos os grupos foram acompanhados prospectivamente por 26 meses a partir da data do primeiro implante. Sexo, idade e prevalência de diabetes mellitus não foram significativamente diferentes entre os grupos, enquanto o índice de massa corporal (IMC), presença de obesidade e cicatrizes abdominais de cirurgias prévias foram maiores no grupo MI (p=0,021). A incidência de disfunção do cateter foi menor no grupo MI em relação ao grupo T (6,8% vs. 20,3%; p=0,019). A infecção do sítio de saída também foi menor com a nova técnica (4,1% vs. 18,9%; p=0,005). Além disso, a incidência cumulativa de peritonite foi reduzida no grupo MI (p=0,034). Por fim, a sobrevida global do cateter em 1 ano foi de 89%, o que se mostrou maior no grupo MI (95% vs. 82% no grupo T; p=0,025). A técnica de minimamente invasiva para inserção de cateter apresentou baixas taxas de complicações e excelente sobrevida do cateter em relação aos métodos tradicionais de implantação; assim, pode ser um método alternativo para colocação de cateter de DP.

Abstract: Catheter implantation techniques for peritoneal dialysis (PD) have advanced significantly in recent years. We aimed to analyze the survival and associated complications of catheters inserted using a new technique that is guided by ultrasound and fluoroscopy and requires minimal tissue dissection. A total of 152 PD catheters were placed in 152 patients with stage 5 chronic kidney disease. Two methods were compared: minimally invasive insertion (MI group, n=73) and trocar insertion (T group, n=79). The procedure was performed by nephrologists in an outpatient basis on MI group. Patients in both the groups were followed prospectively for 26 months from the date of each group first implantation. Regarding gender, 62.5% of the patients were men, with a mean age of 56.6 ± 18.5 years. Gender, age, and prevalence of diabetes mellitus were not significantly different between groups, while body mass index, presence of obesity, and abdominal scars from previous surgeries were higher in MI group (p=0.021). Incidence of catheter dysfunction was lower in MI group compared to group T (6.8% vs. 20.3%; p=0.019). Exit site infection was also lower with the new technique (4.1% vs. 18.9%; p=0.005). Further, cumulative incidence of peritonitis also lower in MI approach (p=0.034). Finally, overall catheter survival at 1 year was 89%, which has been shown as higher in group MI (95% vs. 82% in group T; p=0.025). The MI technique for catheter insertion showed low complication rates and excellent catheter survival as compared to traditional implantation method; thus, it may be an alternative method for PD catheter placement.