Vila terapêutica : espaços para tratamento psiquiátrico

Abstract

Resumo : A psiquiatria foi um assunto renegado na maior parte do tempo, sendo que a arquitetura geralmente tinha papel excludente no tratamento dos pacientes. Esse trabalho teve como objetivo principal entender como ocorreu a evolução histórica dos espaços destinados ao tratamento psiquiátrico, que culminou na Lei. 10.216 e que mudou a estrutura dos serviços de assistência em saúde mental no Brasil, entender a realidade do tratamento psiquiátrico e fornecer diretrizes para o projeto da Vila Terapêutica, um espaço para moradia temporária, tratamento e terapia para doentes mentais, preconizando a humanização dos espaços e a convivência em uma espécie de pequena comunidade. Para isso, foi realizado primeiramente um levantamento histórico, desde os primórdios até o século XX, sobre os espaços e tratamentos empregados aos doentes mentais, a seguir uma análise da legislação atualmente vigente no Brasil, com uma breve descrição sobre as tipologias de serviços empregados no tratamento mental. Posteriormente foram analisados quatro estudos de caso, três no Japão, projetados pelo arquiteto Soul Fujimoto e, um em Curitiba, a Clínica Heidelberg, fazendo uma comparação entre a arquitetura psiquiátrica internacional e a brasileira, destacando a diferença na legislação. Então foi feita uma análise da realidade, com levantamentos estatísticos sobre a quantidade de doentes mentais presentes no Brasil e no mundo, um aprofundamento da situação presente na cidade de São José dos Pinhais, do déficit de serviços existentes e da precariedade das estruturas em funcionamento. A seguir foi realizado um panorama sobre os principais transtornos que podem exigir internamento, sobre como a arquitetura pode influenciar no tratamento e no comportamento desses pacientes e, sobre as normativas para a construção de hospitais especializados nesse tipo de tratamento. Posteriormente foi feita uma analise do terreno escolhido e de seu entorno, para a implantação da Vila Terapêutica, verificando sua proximidade com outros serviços de saúde e facilidade de acessos. Então foi levantado um programa de necessidade com áreas e dimensões mínimas, caracterizado o organograma desses espaços e finalmente traçadas as diretrizes que embasarão o projeto da Vila

Abstract : Psychiatry was a renegade subject most of the time, and architecture usually had exclusive role in the treatment of patients. Thhis study aimed to understand how ocurred this historical evolution of the spaces intended for psychiatric treatment, culminated in Law 10,216 and changed the structure of the services of mental health care services in Brazil, to understand the reality of psychiatric treatment and provide guidelines for the design of the Therapeutic Village, a space for temporary housing, treatment and therapy for the mental patients, advocating the humanization of the spaces and living in a sort of small community. For this, we first carried out a historical survey, from the beginning to the twentieth century, about the spaces and treatments applied to the mentally ill, following a review of the current legislation in Brazil, with a brief description of the types of services used in mental treatment. Subsequently it was analyzed four case studies, three in Japan, designed by the architect Soul Fujimoto and one in Curitiba, Clinica Heidelberg, doing a comparison between the Brazilian and internatinal psychiatric architecture, highlighting the difference in legislation. Then an analysis of reality, with statistical surveys on the number of mental patients present in Brazil and in the world, a deepening of the present situation in the city of São José dos Pinhais, the deficit of existing services and precarious structures in operation. Following an overview was conducted on the main disorders may require hospitalization, on how architecture can influence the behavior and treatment of these patients and, on the normative for the construction of specialized hospitals in this type of treatment. Later it was made an analysis of the chosen site and its surroundings, for the implementation of the Therapeutic Village, checking its proximity to other health services and ease of access. Then it was raised a program needs with minimum dimensions and areas, characterized the organization chart and floe chart of these spaces and finally the guidelines will base the Village project