Perfil oftalmológico de pacientes diagnosticados com retinopatia diabética no Complexo do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná
Resumo
Resumo: Introdução: O diabetes mellitus (DM) representa um dos maiores problemas de saúde pública, principalmente por sua crescente morbimortalidade e pelas complicações crônicas incapacitantes inerentes a essa doença. Uma das principais complicações microvasculares da DM é a retinopatia diabética que, segundo estimativas, ocorre em 99% dos pacientes portadores de DMI e em 60% dos portadores de DMII após 20 anos de doença. Uma vez estabelecida a retinopatia diabética e detectado o potencial de perda da visão, o tratamento preconizado é a fotocoagulação, através da utilização do laser, para evitar a perda visual e a estabilizar a progressão da doença. Objetivos: Caracterizar o perfil oftalmológico dos pacientes portadores de diabetes mellitus atendidos pelo serviço de retina do Complexo do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná e analisar o efeito da laserterapia na acuidade visual. Casuística e métodos: Estudo retrospectivo analítico utilizando dados contidos em prontuários físicos e eletrônicos de pacientes com retinopatia diabética, atendidos no serviço de retina do Complexo do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná. Foram estudados 56 pacientes que foram submetidos a pelo menos uma sessão de fotocoagulação com laser de argônio. Dentre os dados coletados incluíram-se: idade dos pacientes, genêro, tempo de duração do DM, tipo de DM, acuidade visual pré e pós fotocoagulação e tempo de retinopatia diabética. Para a avaliação qualitativa antes e após a fotocoagulação. A amostra foi dividida em grupo 1, pacientes que apresentaram AV igual ou melhor a 20/400 no pré e nos pós tratamento, e grupo 2 que englobou os demais pacientes que em algum dos dois momentos tiveram um exame de AV com resultados inferiores a 20/400. Resultados: Dos 56 pacientes, 57,1% eram do sexo feminino e 42,9% do sexo masculino. A idade média observada foi de 62.3 anos. A faixa etária mais acometida pela retinopatia diabética foi entre 60 69 anos (21 pacientes) e a com menor prevalência foi entre 30-39 anos (1 paciente). Na amostra, 6 (10,7%) eram portadores de DMI e 50 (89,3%) de DMII. Retinopatia diabética proliferativa estava presente em 39 pacientes (69,6%) e retinopatia diabética não proliferativa em 17 pacientes (30,3%). A retinopatia diabética proliferativa foi a mais prevalente no DMI e DMII, representando 66,6% e 70% dos casos, respectivamente. No momento do diagnóstico da retinopatia diabética, o tempo médio de diagnóstico da DMI era de 16.5 anos (desvio padrão de 8.2) e de DMII de 18.7 anos (desvio padrão de 11.2). A acuidade visual no pré tratamento variou entre SPL (sem percepção luminosa) até 20/40 na tabela de Snellen. No pós-tratamento, 51,8% (29/56) apresentaram uma AV igual ou melhor do que a encontrada no pré-tratamento, os demais pacientes tiveram uma piora da AV. No grupo 1, a AV pré tratamento variou entre 0,1 a 0,5 (média de 0,2 e desvio padrão de 0,13) e no pós tratamento variou entre 0.05 e 0.5 (média de 0.2 e desvio padrão de 0.14). Conclusão: Conclui-se a importância de um exame oftalmológico precoce para que seja feito o diagnóstico da retinopatia diabética logo no início da doença, evitando perdas visuais importantes.
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