Análise dos fatores de risco associados ao tromboembolismo venoso em cirurgiões-dentistas

Abstract

Resumo : O tromboembolismo venoso (TEV) é uma doença multicausal que pode ter um desfecho grave. Vários fatores causais já foram identificados. Entretanto, não há na literatura trabalhos que correlacionaram se a atividade do cirurgião-dentista pode contribuir para o desenvolvimento do TEV nesses profissionais. Um questionário contendo 28 perguntas fechadas foi elaborado na plataforma Google forms e aplicado a 130 cirurgiões-dentistas. A amostra foi composta 85 mulheres e 45 homens (média de idade 42,3 anos e com tempo médio de formação de 21,47 anos). A maioria dos entrevistados respondeu que atende diariamente sentado no mocho (58,6%) e que faz um intervalo entre os atendimentos. Poucos cirurgiões-dentistas já apresentaram sinais clínicos de problemas vasculares, tais como: dores/câimbra na panturrilha (81,5%), vermelhidão nos membros inferiores (89,2%) e sensação de calor nos pés (86,9%) após a jornada de trabalho. A minoria dos entrevistados é tabagista (4,6%) e sofre de hipertensão arterial (15,3%), hiperlipidemia (9,2%) diabetes (5,4%) e hipercoagulabilidade (0,8%). No entanto, 86 cirurgiões-dentistas já haviam tido a COVID-19. A maioria dos cirurgiões-dentistas respondeu que era praticante de atividades físicas (69,2%), mas alguns foram considerados com sobrepeso (37,7%) ou obesos (13,1%) baseado no índice de massa corporal. Entretanto, com base nos achados é possível concluir que o trabalho do cirurgião-dentista pode ser uma atividade de baixo risco ao TEV, pois algumas variáveis como imobilidade, idade, obesidade e condições clínicas, ou fatores genéticos podem contribuir para a sua ocorrência.

Abstract: Venous thromboembolism (VTE) is a multicausal disease that can have a serious outcome. Several causal factors have already been identified. However, there are no studies in the literature that correlate whether the dental surgeon's activity can contribute to the development of VTE in these professionals. A questionnaire containing 28 closed questions was prepared in Google forms and applied to 130 dentists. The sample was composed of 85 women and 45 men (mean age 42.3 years and mean time of training 21.47 years). Most of the interviewees answered that they attend daily sitting at the chair (58.6%) and that they take a break between appointments. Few dentists had already presented clinical signs of vascular problems, such as: pain/cramps in the calf (81.5%), redness in the lower limbs (89.2%) and sensation of heat in the feet (86.9%) after the working day. A minority of the interviewees is smoker (4.6%) and suffers from hypertension (15.3%), hyperlipidemia (9.2%), diabetes (5.4%), and hypercoagulability (0.8%). However, 86 dental surgeons had previously had COVID-19. Most of the dental surgeons responded that they were physically active (69.2%), but some were considered overweight (37.7%) or obese (13.1%) based on body mass index. However, based on the findings it is possible to conclude that the dental surgeon's work can be a low risk activity for VTE, because some variables such as immobility, age, obesity and clinical conditions, or genetic factors can contribute to its occurrence.