Defeitos de desenvolvimento de esmalte e sua associação com a cárie dentária e suas consequências clínicas : revisão sistemática e metanálise
Resumo
Resumo : O objetivo desta pesquisa foi avaliar a associação entre defeitos de desenvolvimento de esmalte (DDE) com a cárie dentária e suas consequências clínicas em dentes decíduos. A estratégia de busca foi realizada nas bases Pubmed, Scopus, Web Of Science, Cochrane Library, LILACS, BBO e embase e na literatura cinzenta. O risco de viés foi analisado pela Newcastle-Ottawa scale. Considerou-se DDE e seus subtipos (opacidade demarcada, hipoplasia, hipomineralização de segundos molares decíduos - HSPM, fluorose) como exposição. Os desfechos avaliados foram a cárie dentária (ceo-d) e as consequências clínicas da cárie não-tratada (pufa). Nas metanálises, foi utilizado odds ratio (OR) para análise dos desfechos dicotômicos por meio do efeito randômico. A qualidade da evidência foi avaliada através do GRADE. Foram identificados 5.750 estudos, sendo 39 estudos incluídos na revisão sistemática e 20 na metanálise. Crianças portadoras de DDE apresentaram maior chance de experiência de cárie em dentes decíduos (OR=2,35;IC95%:1,44-3,85), assim como aquelas com opacidade demarcada (OR=1,75;IC95%:1,09-2,78), hipoplasia (OR=2,84;IC95%:1,73-4,67) e HSPM (OR=2,89;IC95%:1,65-5,06), porém sem associação com a fluorose (OR=1,39;IC95%:0,97-1,98). Dentes com DDE também apresentaram maior prevalência de cárie dentária (OR=2,34; IC95%:1,74-3,16). Para as consequências clínicas da cárie, apenas a análise qualitativa foi realizada, porém com resultados inconclusivos. Conclui-se que DDE, opacidade demarcada, hipoplasia e HSPM estão associados a maior experiência de cárie em dentes decíduos. Os resultados devem ser interpretados com cautela, pois os estudos primários apresentaram limitações. Estudos são necessários para um melhor estabelecimento da associação entre DDE e cárie dentária, bem como suas consequências clínicas. Abstract : This study assessed whether children with developmental defects of enamel (DDE) in primary teeth have a higher risk of having dental caries or a higher prevalence of clinical consequences due to the disease than those without DDE. Search was performed in PubMed, Scopus, Web of Science TM, Cochrane Library, LILACS, BBO, Embase databases and in gray literature. Three independent reviewers were involved in study selection, data extraction, and bias assessment. Risk of bias was evaluated by the Newcastle-Ottawa scale. DDE and its subtypes were regarded as exposure. Dental caries and clinical consequences of untreated caries were also assessed. In the meta-analyses, odds ratio (OR) was used in the random effects model for dichotomous outcomes. Quality of evidence was assessed using the Grading Recommendations Assessment, Development and Evaluation (GRADE). The search yielded 5,750 studies, 39 of which were included in the systematic review and 20 in the meta-analysis. The risk of bias ranged from 4 to 9 points. Children with DDE were more prone to primary tooth caries (OR=2.79; 95%CI:1.29–6.03), and so were those with demarcated opacities (OR=1.75;95%; CI:1.09–2.78), hypoplasia (OR=2.84; 95%CI:1.73–4.67), and HSPM (OR=2.89; 95%CI:1.65–5.06). Fluorosis was not associated with caries (OR=1.39; 95%CI:0.97–1.98). DDE was highly associated with caries (OR=2.34; 95%CI:1.74–3.16). As for the clinical consequences of caries, only the qualitative analysis was conducted and there was no consensus in the studies. Based on the results of this study, it is concluded that DDE is associated with higher primary tooth caries experience.
Collections
- Odontologia [80]