A educação em ciências na infância em uma abordagem fenomenológica : um cultivo da flor da vida com a lente merleau-pontyana
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Data
2023Autor
Santos, Valdirene Aparecida Araujo dos
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Resumo: Esta dissertação tem como intencionalidade apresentar a Fenomenologia da Corporeidade de Maurice Merleau-Ponty como um possível caminho para valorização das experiências das crianças na Educação em Ciências na Infância, possibilitando um acesso ao mundo-vida. Partimos da tradição fenomenológica transcendental de Edmund Husserl, a fenomenologia existencial de Martin Heidegger e a fenomenologia da corporeidade de Maurice Merleau-Ponty. Apesar de ter uma longa tradição educacional em outros países, no Brasil, as abordagens fenomenológicas são pouco utilizadas na educação. Uma educação fenomenológica é importante, pois possibilita que os alunos vivenciem a percepção de fenômenos ao seu redor por meio de experiências sensoriais corpóreas. Para ilustrarmos como essa abordagem tem favorecido o experienciar na educação, realizamos um sobrevoo na tradição histórica de fenomenólogos de língua inglesa, alemã, holandesa e brasileira que articularam/articulam a fenomenologia à educação. Essa abordagem se apresenta como um caminho possível para lidar com uma educação que ainda em sua maioria encontra alicerçada na cognição, desconsiderando a relação mente e corpo e a relação desses com o mundo. Isso também se aplica ao contexto da Educação em Ciências, que em geral, restringe o acesso à natureza por meio do dualismo cartesiano. Para o dualismo cartesiano, na busca da compreensão de fenômenos, as experiências são deixadas de lado, limitando o conhecimento somente ao sujeito-objeto, o que dificulta nossa compreensão do mundo. Defendemos que uma abordagem fenomenológica é um caminho educacional que possibilita a percepção do mundo-vida a partir das nossas experiências corporais, da nossa interação com o outro e com o mundo em que vivemos. A partir de Merleau-Ponty, percebemos características fundantes do Corpo que o levam de corpo objeto a Corpo sujeito para tornar-se um Corpo próprio ou vivido. Para que possamos compreender a criança a partir do seu próprio ponto de vista, Merleau-Ponty a descreve com dois tipos experiências: primárias e primordiais. O autor também descreve que a criança pequena passa por um egocentrismo, uma sociabilidade, um estágio espelho, pela imitação e como percebida a partir do adulto. Por ser o primeiro fenomenólogo que enxergou a criança a partir dela mesma, propomos a partir da Flor da Vida merleau-pontyana na infância e das experiências estéticas na Educação em Ciências, o enraizamento das experiências estéticas na Educação em Ciências na infância como um acesso ao mundo-vida. Abstract: This dissertation intends to present Maurice Merleau-Ponty's Phenomenology of Embodiment as a possible way to value children's experiences in Science Education in Childhood, to enable children to access the life-world. We start from the transcendental phenomenological tradition of Edmund Husserl, the existential phenomenology of Martin Heidegger and the phenomenology of corporeity of Maurice Merleau-Ponty. Despite having a long educational tradition in other countries, in Brazil, phenomenological approaches are little used in education. A phenomenological education is important, as it enables students to experience the perception of phenomena around them through bodily sensory experiences. To illustrate how this approach has favored experiencing in education, we carried out an overview of the historical tradition of English, German, Dutch and Brazilian speaking phenomenologists who articulated/articulated phenomenology to education. This approach is presented as a possible way to deal with an education that is still restrictively based on cognition, disregarding the relationship between mind and body and their relationship with the world. This also applies to the context of Science Education, which in general restricts access to nature through Cartesian dualism. For the Cartesian dualism, in the search for understanding phenomena, experiences are left aside, limiting knowledge only to the subject-object, which makes our understanding of the world difficult. We defend that a phenomenological approach is an educational path that enables the perception of the life-world based on our bodily experiences, our interaction with each other and with the world in which we live. From Merleau-Ponty, we perceive founding characteristics of the Body that take it from object body to subject Body to become a proper or lived Body. So that we can understand the child from his own point of view, Merleau-Ponty describes him with two types of experiences: primary and primordial. The author also describes that the small child goes through an egocentrism, a sociability, a mirror stage, through imitation and as perceived from the adult. For being the first phenomenologist who saw the child from the child's point of view, we propose, based on Merleau-Ponty's Flower of Life in childhood and aesthetic experiences in Science Education, the rooting of aesthetic experiences in Science Education in childhood as an access to lifeworld.
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