Padronização do teste de Scott na Polícia Científica do Paraná

Abstract

Resumo : O uso de drogas foi responsável pela morte de aproximadamente meio milhão de pessoas no mundo no ano de 2019. Dentre as drogas de abuso, a cocaína possui seu maior mercado na América do Sul, onde seu uso é mais prevalente que em outras regiões do mundo, sendo uma substância definida como entorpecente, compreendendo um item proscrito no Brasil. O método presuntivo de identificação de cocaína é denominado Teste de Scott, sendo a sua versão modificada a mais utilizada. O teste de Scott modificado, recomendado pela ONU (1986), baseia-se na reação de complexação da cocaína com o tiocianato de cobalto (ll), em meio ácido, acrescida do solvente clorofórmio. Já o Teste de Scott não modificado, baseia-se apenas na formação do complexo, sem a etapa de adição de ácido. Apesar destes testes serem rotineiramente empregados nas análises forenses, ambos apresentam algumas lacunas, como a não padronização da quantidade de droga a ser submetida à análise. Além disso, o reagente tiocianato de cobalto é capaz de se complexar com outras substâncias que contenham sais de amônio quaternário ou grupos amínicos terciários, como o levamisol. Diante do exposto, o objetivo deste trabalho foi padronizar o Teste de Scott, realizado no Laboratório de Ciências Químicas e Biológicas (LCQB) da Polícia Científica do Paraná. Foi avaliado a modalidade modificada e não modificada, definindo a proporção entre reagentes e droga bruta, análise em diferentes tempos e análise do comportamento colorimétrico dos adulterantes lidocaína, cafeína e levamisol. Após a realização das análises do Teste de Scott não modificado observou-se que os valores de absorção do complexo amostra e o reagente de tiocianato de cobalto ll, não variaram significativamente nos diferentes tempos que o teste foi realizado (1minuto, 2 minutos e 3 minutos). Entretanto, a variação de absorção do complexo entre as massas analisadas 10, 15, 20, 25 e 30 mg, algumas apresentaram diferenças signifcativas. Além disso, para as análises com massas de 20 e 25 mg de droga bruta obteve-se menor desvio padrão relativo. Desta forma, padronizou-se como massa a ser aplicada no Teste de Scott não modificado o valor de 20 mg.

Abstract : Drug use was responsible for the death of approximately half a million people worldwide in 2019. Among the drugs of abuse, cocaine has its largest market in South America, where its use is more prevalent than in other regions of the world, being a substance defines as a narcotic, comprising an item banned from Brazil. The presumptive method of cocaine identification is called the Scott Test and it’s the modified version the most used. The modified Scott Test, recommended by the UN (1986), is based on the complexation reaction of cocaine with cobalt thiocyanate (ll) ,in an acid medium, plus the solvent chloroform. The unmodified Scott Teste, on the other hand, is based only on the formation of the complex, without the acid addition step. Although these tests are routinely used in forensic analysis, both have some gaps, such as the non-standardization of the amount of drug to be analyzed. Inaddition, the cobalt thiocyanate reagent is capable of complexing with other substances that contain quaternary ammonium salts or tertiary amine groups, such as levamisole. Given the above, the objective of this work was to standardize the Scott Teste, carried out at the Laboratory of Chemical and Biological Sciences of the Scientific Police of Paraná. Modified and unmodified modality were evaluated, defining the proportion between reagents and drug, analysis at different times and analysis of the colorimetric behavior of the adulterants lidocaine, caffeine and levamisole. After performing the unmodified Scott Test analysis, it was observed that the absorption values of the sample complex and the cobalt thiocyanate reagent ll did not vary significantly in the different times that the test was performed (1 minute, 2minutes and 3 minutes). However, the variation of the absorption of the complex between the analyzed masses 10, 15, 20, 25 and 30 mg, some showed significant differences. Furthermore, for analyzes with masses of 20 and 25 mg of drug, a lower relative standard deviation was obtained. In this way, the value of 20 mg was standardized as the mass to be applied in the unmodified Scott Test.