Farmacovigilância das vacinas contra a COVID-19
Resumo
Resumo : As vacinas são preparados imunobiológicos constituídos por materiais antigênicos. Quando inoculados, estes antígenos estimulam o sistema imunológico humano a produzir anticorpos para prevenir o desenvolvimento de uma doença, caso haja contato entre o ser humano e o agente causador. Todo produto fabricado com destino à área da saúde requer acompanhamento, avaliação, compreensão e prevenção de efeitos adversos ou quaisquer outros possíveis problemas relacionados à vacinação. Durante a pandemia de COVID-19 os estudos de novos medicamentos contra a nova doença, que compreendem o desenvolvimento, certificação e liberação, tiveram de ser acelerados. Os gestores e entidades privadas se uniram para acelerar o desenvolvimento e disponibilização de vacinas, com o propósito de controlar a transmissão do vírus e minimizar os casos de óbitos no mundo todo. Diferentes vacinas foram disponibilizadas em tempo recorde e passaram a ser administradas nas populações. Neste contexto, as ações de farmacovigilância das vacinas contra a COVID-19 foram incentivadas com o propósito de identificar reações adversas a estes medicamentos e proteger a população contra eventuais danos. Este estudo se propôs a investigar as reações adversas ocasionadas pelas vacinas contra a COVID-19 disponibilizadas pela interface Vigiaccess da Organização Mundial da Saúde. Nesta base de dados, concentram-se todas as reações adversas notificadas no mundo, categorizadas de acordo com o continente de origem, faixa etária, sexo e período. Os dados aqui apresentados foram devidamente avaliados em conjunto com artigos científicos registrados nas principais bases de dados como PubMed, CAPES e Google Acadêmico. Os principais registros encontrados foram um total de 4.029.255 notificações de RAM pela vacina entre os anos 2015 e 2022. Como esperado, em 2020 as notificações começaram a disparar devido à pandemia, porém o ano que mais apresentou notificações (2.878.892) foi o ano de 2021, pela maior frequência de administrações. Já em 2022 houve uma leve diminuição de notificações (1.147.841). As reações mais frequentes (24,89%) nas notificações foram relacionadas a distúrbios gerais e problemas no local de administração. A faixa etária com maior número de notificações foi dos 18 a 44 anos, totalizando 39,69% das notificações, seguida da faixa etária de 45 a 64 anos com 29,44%. Predominam as notificações provenientes da Europa (49,5%) e do sexo feminino (66,5%). Por fim, pode-se concluir que a Farmacovigilância contribui para a saúde pública, ao disponibilizar o acesso a informações de qualidade com base em evidências científicas, promovendo desta forma o monitoramento da segurança dos medicamentos, vacinas entre outros produtos de saúde que chegam para a população. Abstract : Vaccines are immunobiological preparations made up of antigenic materials. When inoculated, these antigens stimulate the human immune system to produce antibodies to prevent the development of a disease, if there is contact between the human being and the causative agent. Every product manufactured for the health area requires monitoring, evaluation, understanding and prevention of adverse effects or any other possible problems related to vaccination. During the COVID-19 pandemic, studies of new drugs against the new disease, which include, development, certification and release, had to be accelerated. Managers and private entities have come together to accelerate the development and availability of vaccines, with the aim of controlling the transmission of the virus and minimizing the cases of deaths worldwide. Different vaccines were made available in record time and began to be administered to populations. In this context, pharmacovigilance actions for vaccines against COVID-19 were encouraged with the purpose of identifying adverse reactions to these drugs and protecting the population against possible harm. This study aimed to investigate the adverse reactions caused by vaccines against COVID-19 made available through the Vigiaccess interface of the World Health Organization. In this database, all adverse reactions reported worldwide are concentrated, categorized according to the continent of origin, age group, sex and period. The data presented here were duly evaluated together with scientific articles registered in the main databases such as PubMed, CAPES and Google Scholar. The main records found were a total of 4,029,255 notifications of ADR caused by the vaccine between 2015 and 2022. As expected, in 2020 notifications started to shoot up due to the pandemic, but the year with the most notifications (2,878,892) was the year 2021, for the higher frequency of administration. In 2022, there was a slight decrease in notifications (1,147,841). The most frequent reactions (24.89%) in the reports were related to general disorders and administration site problems. The age group with the highest number of notifications was from 18 to 44 years old, totaling 39.69% of notifications, followed by the age group from 45 to 64 years old with 29.44%. Notifications from Europe (49.5%) and females (66.5%) predominate. At last, it can be concluded that Pharmacovigilance contributes to public health, by providing access to quality information based on scientific evidence, thus promoting the monitoring of the safety of medicines, vaccines and other health products that arrive at the population.
Collections
- Farmácia [54]