Protocolo de consulta prévia : um caminho para a proteção ao direito de ser, existir e r-existir Guarani Mbya
Resumo
Resumo: Os debates associados à gestão, desenvolvimento e conservação no litoral sudestesul envolvem perspectivas limitadas em considerar as cosmologias e modos de vida dos povos indígenas. As disputas pela demarcação de seus territórios são complexificadas ao terem suas territorialidades ameaçadas pela sobreposição de unidades de conservação e implantação de grandes empreendimentos que retratam colonialidades e uma ciência da gestão costeira reducionista. Como possibilidade de resistência, processos de elaboração de "Protocolos de Consulta Prévia" são crescentes em vários territórios e conduzidos por diferentes etnias no Brasil. A pesquisa objetivou compreender os limites e possibilidades dos processos de elaboração dos Protocolos de Consulta como instrumento de proteção aos direitos indígenas, os formatos adotados e as dimensões socioambientais dos territórios marinho-costeiros que influenciam a elaboração. No contexto litoral sudeste-sul, partindo das etnias Guarani, Kaingang, Xetá e Xokleng, foi identificada a publicação do protocolo de consulta dos povos indígenas do litoral norte de Santa Catarina, o Protocolo de Consulta Guarani - Litoral Norte Santa Catarina e também o protocolo da Terra Indígena Tekoa Itaxi Mirim, localizada no Município de Paraty/RJ, denominado Protocolo de Consulta Prévia da Tekoa Itaxi Mirim, ambos pertencentes à etnia Guarani Mbya. Partindo da presença Guarani nos territórios marinho-costeiro e suas formas de r-existência frente aos conflitos e disputas dessa região, a pesquisa, preliminarmente, problematizou os vetores que mobilizam os processos de elaboração dos Protocolos de Consulta como instrumento de garantia dos direitos e de luta pelo território, cujos formatos dos documentos auxiliam na compreensão de perspectivas interculturais, de metodologias participativas validadas por critérios definidos dos processos de luta dos povos indígenas, a partir da cosmologia Guarani Mbya, oralidade e língua(gem). Abstract: The debates associated with management, development and conservation on the southeastern-south coast involve limited perspectives in considering the cosmologies and ways of life of indigenous peoples. The disputes over the demarcation of their territories are complicated by having their territorialities threatened by the overlapping of conservation units and the implementation of large enterprises that portray colonialities and a reductionist coastal management science. As a possibility of resistance, processes of elaboration of "Prior Consultation Protocols" are growing in several territories and conducted by different ethnicities in Brazil. The research aimed to understand the limits and possibilities of the processes of elaboration of the Consultation Protocols as an instrument to protect indigenous rights, the formats adopted and the socio-environmental dimensions of the marine-coastal territories that influence the elaboration. In the southeast-south coastal context, starting from the Guarani, Kaingang, Xetá and Xokleng ethnicities, the publication of the consultation protocol for indigenous peoples of the north coast of Santa Catarina, the Guarani Consultation Protocol - North Coast Santa Catarina and also the protocol of the Tekoa Itaxi Mirim Indigenous Land, located in the Municipality of Paraty/RJ, called the Tekoa Itaxi Mirim Prior Consultation Protocol. Starting from the Guarani presence in the marine-coastal territories and their forms of r-existence in the face of conflicts and disputes in this region, the research, preliminarily, problematized the vectors that mobilize the processes of elaboration of the Protocols of Consultation as an instrument for guaranteeing rights and struggle for territory, whose document formats help to understand perspectives of intercultural translation, genuinely participatory methodologies validated by defined criteria of indigenous peoples' struggle processes, Guarani mbya cosmology, orality and language. Resumen: Los debates asociados al manejo, desarrollo y conservación en la costa sureste-sur involucran perspectivas limitadas al considerar las cosmologías y modos de vida de los pueblos indígenas. Las disputas por la demarcación de sus territorios se complican al ver sus territorialidades amenazadas por la superposición de unidades de conservación y la implementación de grandes emprendimientos que retratan colonialidad y una ciencia de manejo costero reduccionista. Como posibilidad de resistencia, los procesos de elaboración de "Protocolos de Consulta Previa" están creciendo en varios territorios y conducidos por diferentes grupos étnicos en Brasil. La investigación tuvo como objetivo comprender los límites y posibilidades de los procesos de elaboración de Protocolos de Consulta como instrumento de protección de los pueblos indígenas, los formatos adoptados y las dimensiones socioambientales de los territorios marino-costeros que inciden en su elaboración. En el contexto costero sureste-sur, con base en las etnias Guaraní, Kaingang, Xetá y Xokleng, la publicación del Protocolo de Consulta a los Pueblos Indígenas de la Costa Norte de Santa Catarina, el Protocolo de Consulta Guaraní - Costa Norte de Santa Catarina, y también el protocolo de la Tierra Indígena Tekoa Itaxi Mirim, ubicada en el municipio de Paraty/RJ, denominado Protocolo de Consulta Previa Tekoa Itaxi Mirim. A partir de la presencia guaraní en los territorios marino-costeros y sus formas de Rexistencia frente a los conflictos y disputas en esta región, la investigación, de manera preliminar, problematizó los vectores que movilizan los procesos de elaboración de los Protocolos de Consulta como instrumento de garantía de los derechos y de lucha por el territorio, cuyos formatos documentales ayudan a comprender perspectivas interculturales, metodologías participativas validadas por criterios definidos de los procesos de lucha de los pueblos indígenas, basados en la cosmología Guarani Mbya, la oralidad y la lengua.
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