Polissacarídeos provenientes da farinha do bagaço de guavira apresentam efeito antitumoral sobre células de melanoma murino in vitro
Resumo
Resumo: O melanoma é um tipo agressivo de câncer com incidência crescente em todo o mundo. Os quimioterápicos estão associados a diversos efeitos colaterais que reduzem a qualidade de vida dos pacientes submetidos ao tratamento, o que promove a procura por substâncias bioativas alternativas às atualmente disponíveis. Logo, os polissacarídeos emergiram como potencial possibilidade. Baseado nisso, esta pesquisa teve como objetivo avaliar in vitro a ação antitumoral de pectinas provenientes da farinha do bagaço de Campomanesia adamantium e Campomanesia pubescens (fração CPW) sobre células da linhagem de melanoma murino B16F10. Os ensaios avaliaram a viabilidade, proliferação, capacidade migratória, potencial de formação de colônias e morte por apoptose ou necrose. Os resultados mostraram que os polissacarídeos nas concentrações de 5 e 100 µg/ml foram capazes de reduzir significativamente a viabilidade das células tumorais (~20 a 40%, respectivamente, em relação ao grupo não tratado), com menor efeito citotóxico sobre células normais (BALB/c 3T3) que o quimioterápico Doxorrubicina (p<0,05). A redução da viabilidade observada se deve pelo menos em parte à redução da capacidade proliferativa das células tumorais tratadas com as duas concentrações polissacarídicas (~33 e 40%, respectivamente). Também foi observado o efeito de redução da capacidade de migração das células tumorais (redução de ~8 e 12%, respectivamente), e redução do número de novas colônias formadas (~30 e 70%, respectivamente). No ensaio por citometria de fluxo foi verificado que o tratamento com as duas concentrações polissacarídicas não aumentou o número de células mortas mas sim, o número de células viáveis, sugerindo estagnação do ciclo celular. Juntos, os resultados indicam que polissacarídeos solúveis (pectinas) da farinha do bagaço de guavira apresentam importante atividade antitumoral, que pode vir a ser utilizada no tratamento do câncer. Abstract: Melanoma is an aggressive type of cancer with increasing incidence worldwide. Chemotherapy drugs are associated with several side effects that reflect on life quality of patients under treatment, which promotes the research for alternative bioactive substances for the currently available ones. Thus, polysaccharides emerged as a potential possibility. Based on that, this research aimed to evaluate in vitro the antitumor activity of pectins of Campomanesia adamantium and Campomanesia pubescens (CPW fraction) pomace flour on cells of murine melanoma lineage B16F10. The assays evaluated viability, proliferation rate, migratory ability, potential for colony formation and death by apoptosis or necrosis. The results showed that polysaccharides at concentrations of 5 and 100 µg/ml were capable of significantly diminish the viability of tumor cells (~20 to 40%, respectively, in relation to the untreated group), with less cytotoxic effect on normal cells (BALB/c 3T3) than the chemotherapy drug Doxorubicin (p<0.05). The observed reduction in viability is due at least in part to the effect on the proliferative capacity of tumor cells treated with the two polysaccharide concentrations (~33 and 40%, respectively). Moreover, CPW fraction diminished the ability of tumor cells to migrate (~8 and 12%, respectively), and the number of new colonies formed (~30 and 70%, respectively). In the flow cytometry assay, it was verified that the treatment with the two polysaccharide concentrations did not increase the number of dead cells, but the number of viable cells, suggesting induction of cell cycle arrest. Together, the results indicated that soluble polysaccharides (pectins) from guavira pomace flour have important antitumor activity, which may be applied for the treatment of cancer.
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