Identificação de secas extremas, seus mecanismos e seus impactos na Bacia do Paraná/Prata
Resumo
A bacia do Paraná/Prata é importante por conter a maior usina hidrelétrica da América do Sul, além de várias outras, e por ser uma região de grande produção agrícola. Portanto, por ser uma região onde a economia depende fortemente de fatores climáticos, é importante o estudo de eventos climáticos que podem vir a afetá-la negativamente. O objetivo do presente estudo é caracterizar aspectos climatológicos dos episódios de seca na Bacia do Paraná/Prata, incluindo distribuição espacial, frequência e persistência, assim como sua relação com padrões de variabilidade de temperatura da superfície do mar global. Para isto, foram utilizados dados de precipitação da Agência Nacional de Águas (ANA) e de serviços meteorológicos de outros países, para o período 1950-2009, interpolados em quadrículas de 2,5° por 2,5° (latitude e longitude). Também foram utilizados dados de TSM provenientes do conjunto HadISST1, do Hadley Centre, Reino Unido e também dados de campos atmosféricos provenientes do conjunto de dados de Reanálise do National Oceanic and Atmospheric Administration. Foi calculado o Índice de Precipitação Padronizada (SPI) para 3, 6, 12, 24, 48 e 60 meses. Com essas séries de SPI foram feitas as Análises de Componentes Principais (ACP), que geraram modos de variabilidade rotacionados, obtendo-se a distribuição temporal e espacial da variabilidade. Também foi calculado o tempo característico (To) para SPI de cada quadrícula. Foram feitas estatísticas de eventos extremos de seca, correlações entre modos de SPI e séries de TSM (e o reverso também), e composição de anomalias de parâmetros atmosféricos e oceânicos associadas com uma seca persistente. Os resultados indicam que as secas interanuais na Bacia do Paraná/Prata tem relação principalmente com os eventos El Niño Oscilação Sul (ENOS), mas também com os padrões oceânicos Oscilação Interdecadal do Pacífico (IPO), Oscilação Multidecenal do Atlântico (AMO) e Oscilação do Atlântico Norte (NAO). Também foi verificado que há coerência entre a seca analisada e as anomalias oceânicas e atmosféricas existentes durante sua ocorrência.
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- Engenharia Ambiental [195]