Uso de estatísticas inferenciais na análise do comportamento brasileira

Abstract

Resumo: O uso de métodos quantitativos e a busca por meios de avaliar os dados obtidos nas pesquisas empíricas está presente há bastante tempo na Psicologia, tanto o uso de estatísticas descritivas quanto o uso de estatísticas inferenciais. A estatística inferencial é em grande parte restrita ao teste de significância de hipótese nula (null hypothesis significance testing – NHST) que embora seja amplamente utilizado é cercado de discussões e controvérsias. Na Análise do Comportamento (AC), entretanto, há controvérsias sobre esse uso dada a preferência dessa abordagem por estudos com caso único. Este trabalho foi dividido em dois estudos, no primeiro avaliamos se o uso de NHST tem seguido o mesmo padrão de crescimento avaliado em periódicos internacionais e adequação da apresentação das informações estatísticas. Em média, 25,2% dos estudos avaliados utilizaram estatísticas inferenciais dicotômicas com tendência crescente. Apenas 3,2% dos estudos incluíram estatísticas inferenciais por estimativa. A maioria (69,5%) dos estudos que utilizaram estatísticas inferenciais apresentaram seus resultados de modo incorreto ou incompleto. Ainda que de modo menos expressivo, os periódicos brasileiros de AC apresentam tendências similares de aumento do uso de NHST em relação a periódicos internacionais. No Segundo estudo foram ponderadas informações a respeito do NHST na AC, as principais falácias decorrentes de seu uso e oferecemos orientações quanto a melhores práticas estatísticas para autores, editores e revisores.

Abstract: The use of quantitative methods and the search of new means to evaluate data reached on empirical research has been present in Psychology for a long time now, both the use of descriptive and inferential statistics. Inferential statistics are, for the most part, restricted to null hypothesis significance testing (NHST) which are met with controversies and some discussion, even though it's still highly used. On Behavior Analysis (BH), however, there is controversy about the use given the preference of this approach to single-subject studies. In the first study we evaluated whether the use of NHST has followed the same pattern of growth evaluated in international journals and the adequacy of the presentation of statistical information. On average, 25.2% of the evaluated studies used dichotomous inferential statistics with increasing trend. Only 3.2% of the studies included inferential statistics by estimation. Most (69.5%) of the studies that used inferential statistics presented their results incorrectly or incompletely. Although to a lesser extent, Brazilian BH journals show similar trends of the increasing use of NHST compared to international journals. In the Second study we considered information regarding NHST in BH, the main fallacies arising from its use, and offered guidance on statistical best practices for authors, editors and reviewers.