Curvas de crescimento em carbono de árvores individuais em floresta secundária no norte de Rondônia
Visualizar/ Abrir
Data
2022Autor
Maas, Greyce Charllyne Benedet, 1984-
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Resumo : As florestas secundárias apresentam rápido crescimento e a quantificação do carbono estocado nessas florestas e a modelagem futura desse estoque são essenciais para avaliar seu potencial de mitigação das mudanças climáticas. A dendrocronologia é um ramo da ciência com potencial de aplicação na avaliação do crescimento em carbono ao longo do tempo, mas ainda é pouco utilizada em espécies de florestas tropicais. O objetivo do presente trabalho foi estabelecer curvas de crescimento em carbono em árvores individuais por meio da leitura dos anéis de crescimento em indivíduos de diferentes espécies, oriundos de áreas de floresta secundária no estado de Rondônia. Este estudo foi realizado a partir de discos retirados de 40 indivíduos, coletados nos municípios de Itapuã do Oeste e Machadinho do Oeste. Esses discos foram submetidos à análise dendrocronológica, e a medição dos anéis foi realizada com uso do software ImageProPlus, com precisão de 0,01 mm. Foi realizada a estimativa do diâmetro à altura do peito com casca a partir do diâmetro na base com casca nas diferentes idades com o objetivo de aplicar uma equação de estimativa de estoque de carbono individual. Assim, foi utilizada uma equação ajustada com base nos dados de cubagem das árvores amostradas para a estimativa do estoque de carbono individual (em kg). Após esse processo foram traçadas as curvas de crescimento em carbono e curvas do incremento corrente anual para cada árvore, ao longo do tempo, ajustadas pelo modelo de Gompertz. Os padrões de crescimento entre espécies e indivíduos apresentaram alta variabilidade, motivo pelo qual o ajuste único do modelo de Gompertz para todo o conjunto de dados se mostrou inadequado. Foram então estabelecidos três grupos de indivíduos, sendo eles: crescimento rápido, crescimento intermediário e crescimento lento. Os ajustes do modelo foram satisfatórios para os três grupos e o comportamento das curvas de crescimento em carbono foi curvilínea ascendente do tipo sigmoide. Os máximos valores de crescimento em carbono foram de 108 kg, 60 kg e 14 kg para os grupos de crescimento rápido, crescimento intermediário e crescimento lento, respectivamente. Os máximos valores de incremento anual em carbono foram alcançados pelo grupo de crescimento rápido aos 9 anos (12 kg), pelo grupo de crescimento intermediário aos 6 anos (8,4 kg) e pelo grupo de crescimento lento aos 7 anos (1,7 kg). De modo geral, os anéis de crescimento das espécies estudadas eram distintos ou pouco distintos, mas para algumas espécies foi identificada a ocorrência de falsos anéis, flutuações de densidade, excentricidade da medula e injúrias que dificultaram a análise. Este estudo representa uma primeira tentativa no sentido de modelar essa variável que é carente na literatura para espécies nativas de florestas secundárias da Amazônia.
Collections
- Engenharia Florestal [253]