Reconstrução histórica do aporte de sedimentos terrígenos para o Complexo Estuarino de Paranaguá : uma abordagem Geoquímica
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Data
2021Autor
Nascimento, Ana Barbara Teixeira do, 1997-
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Resumo : Estuários conectam o continente ao oceano, controlando a exportação de sedimentos para a plataforma continental. Estes ambientes dinâmicos possuem altas taxas de sedimentação influenciadas pelo regime de precipitação e por processos antrópicos de uso e ocupação do seu entorno. Neste contexto, o presente trabalho tem como objetivo reconstruir o aporte de sedimentos terrígenos para o Complexo Estuarino de Paranaguá (CEP) ao longo dos últimos 200 anos, com base em parâmetros granulométricos e razões elementares (Fe/Ca, K/Ca, Ti/Ca, Fe/K e K/Rb) obtidos em registros sedimentares. As amostras utilizadas neste estudo provêm de dois testemunhos sedimentares coletados no eixo Leste-Oeste do CEP, localizados na porção mais interna (T4) e próximo à desembocadura do estuário (T5). A cronologia foi obtida por datação radiométrica, utilizando o radionuclídeo 210Pb. A quantificação de metais (Ca, Cr, Fe, K, Mn, Rb, Sr, Ti, V e Zn) foi realizada por meio da técnica de Fluorescência de Raios X (XRF) e as análises granulométricas foram realizadas com o auxílio de um granulômetro a laser. Os resultados obtidos sugerem três fases distintas de aporte continental, entre os anos de 1854 a 2017, com períodos de variação similares entre os testemunhos. Entre 1854 e 1940, os resultados apontam para um maior aporte continental (maiores valores das razões Fe/Ca, Ti/Ca), com sedimentos mais intemperizados (maiores valores da razão Fe/K e menores de K/Rb) e grãos mais grossos (areia fina), potencialmente associados à expansão das atividades de uso e ocupação do solo no entorno do CEP. Entre 1941 e 1981, nossos resultados sugerem diminuição do aporte de sedimentos terrígenos, com a chegada de sedimentos com menor grau de intemperismo e grãos relativamente mais grossos, evidenciando a importância da ação humana sobre mudanças nas condições de intemperismo físico e na hidrodinâmica local. Na fase mais recente, entre 1982 e 2017, é possível observar aumento relativo no aporte de sedimentos continentais, com menor grau de intemperismo e grãos mais finos, associados tanto a intensificação das atividades humanas quanto ao regime de precipitação.
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- Oceanografia [357]