dc.description.abstract | Resumo : A Nicotiana tabacum L. é uma angiosperma popularmente conhecida como fumo ou tabaco. Esta planta é mundialmente conhecida por sintetizar a nicotina e sua principal utilização é na indústria do fumo. Embora o Brasil seja destaque na fumicultura, esta atividade é responsável por causar diversos impactos ambientais e sociais. O objetivo do presente trabalho foi obter e avaliar bioindicadores de solos sob cultivo de Nicotiana tabacum L., com o intuito de apontar os impactos causados no sistema biológico da rizosfera pelos diferentes manejos do solo realizados, a saber: M1 – tempo de cultivo de três anos, realizando rotação com soja e milho, com dois anos de descanso e sem adubação orgânica; M2 – tempo de cultivo de seis anos, realizando rotação com soja, milho e aveia, com três anos de descanso e com adubação orgânica anual; M3 – tempo de cultivo de 10 anos, realizando rotação com soja, sem descanso e sem adubação orgânica; M4 – tempo de cultivo de 12 anos, realizando rotação com soja, sem descanso e com adubação orgânica anual; e M5 - tempo de cultivo de quarenta anos, realizando rotação com soja, sem descanso, com cobertura verde entressafra e com adubação orgânica anual. Foram realizadas as análises dos atributos biológicos do metabolismo do solo, sendo elas: carbono da biomassa microbiana (C-BMS), respiração basal do solo (RBS), quociente de carbono orgânico (qCO2), quociente microbiano (qMIC) e unidade formadora de colônia (UFC). Além disso, as rizobactérias foram submetidas à classificação pelo método de Gram, caracterização morfológica e molecular, através da análise da região intergênica (ITS) e análise de restrição da região 16S do RNA ribossomal, pelas enzimas BsuRI e Mbol, para estudos de análise polifásica. Para analisar a diversidade da áreas, calculou-se o índice de diversidade de Shannon-Weaver. Pelo presente trabalho, foi possível apontar que o tempo de exploração do solo com o cultivo do tabaco reduz a diversidade logo nos primeiros anos. O M5, apesar da exploração a cerca de 40 anos, apresenta seu valor de diversidade próximo a do M4, sob 12 anos de cultivo, principalmente, devido a presença da cobertura verde que ele realiza na entressafra, não deixando o solo desnudo e acumulando mais biomassa a ser incorporada durante o preparo do solo para o próximo plantio. Porém, através da análise polifásica, concluiu-se que os manejos ainda não estão selecionando as bactérias pelo tempo de exploração. Os valores de C-BMS, alcançados pelos manejos M2, M4 e M5, refletem os ganhos biológicos que o sistema recebeu através dos manejos de cobertura verde, rotação e ou adubação orgânica. O baixo qCO2 destes manejos aponta para o acúmulo do bom carbono advindo dos resíduos orgânicos, das raízes e das palhadas, o que se reflete de forma contrária em relação aos manejos M1 e M3, não só pelos valores C-BMS, mas de qCO2, qMIC% e UFC. Os impactos do preparo de solo para o plantio do tabaco, somados a uma exploração intensiva, observados pelos valores obtidos para os M1 e M3, apontam que nestas áreas, a adoção de práticas mais sustentáveis é necessária para que a saúde do solo não seja mais prejudicada. | pt_BR |