EMDI-Brasil : o que, quando, quanto e onde comem as gestantes brasileiras atendidas na Atenção Básica à Saúde

Abstract

Resumo: Avaliar o consumo alimentar de gestantes é importante para garantir uma boa alimentação tanto para a mãe quanto para o recém-nascido, de modo a promover a Segurança Alimentar e Nutricional nessa população. O objetivo deste estudo foi caracterizar o consumo alimentar de gestantes brasileiras participantes do Estudo Multicêntrico sobre Deficiência de Iodo (EMDI-Brasil). Para tanto, gestantes selecionadas nas Unidades Básicas de Saúde de Aracaju, Belo Horizonte, Brasília, Macaé, Palmas, Pinhais, Ribeirão Preto, Rondonópolis, São Luís, Viçosa e Vitória, participantes do estudo maior, responderam a questionários socioeconômico, demográfico e de saúde. Os dados foram coletados e tabulados no software RedCap. As informações referentes ao consumo alimentar foram coletadas por meio de Recordatório Alimentar de 24 horas e tabulados no software Globodiet. Análises descritivas foram realizadas. Estimou-se a média, percentil 10°, 50° e 90° do consumo por número de refeições, alimentos, receitas e ingredientes consumidos por centro. Foi estimada também a contribuição energética (%) por ocasião de consumo alimentar e local de consumo, prevalência de consumo e distribuição do consumo de grupos alimentares segundo a classificação da FAO, apresentando os dados por percentual de consumidores, além da prevalência de consumo e contribuição energética (%) segundo a classificação NOVA, contribuição energética (%) dos dez alimentos mais consumidos por centro, bem como a contribuição relativa das cinco frutas e vegetais mais consumidos por centro. De modo geral, os grupos alimentares mais consumidos pelas gestantes foram: Cereais, Bebidas, Temperos e condimentos, Gorduras e óleos, Vegetais e Carnes. Destaca-se que as gestantes ainda consomem predominantemente alimentos considerados básicos, como: arroz, pão francês, leite, carne, suco de fruta e feijão, especialmente no almoço, café da manhã e jantar e na maior parte das vezes em casa. Observou-se uma baixa variabilidade de alimentos, inclusive de frutas e vegetais e, além disso, o consumo de alimentos ultraprocessados representou 24,8% do consumo total. Logo, este trabalho contribui para a avaliação do consumo alimentar de gestantes, visto que o reconhecimento de hábitos alimentares considerados saudáveis ou não permite o planejamento de estratégias para a melhora dos desfechos de saúde materno-infantil.

Abstract: To assess the food consumption of pregnant women is important to ensure good nutrition for both the mother and the newborn, especially to promote Food and Nutritional Security in this population. The aim of this study was to characterize the food consumption of Brazilian pregnant women participating in the Multicenter Study of Iodine Deficiency (EMDI-Brazil). Therefore, pregnant women selected in the Basic Health Units of Aracaju, Belo Horizonte, Brasília, Macaé, Palmas, Pinhais, Ribeirão Preto, Rondonópolis, São Luís, Viçosa and Vitória, participants of the main study, answered socioeconomic, demographic and health questionnaires. Data were collected and tabulated in RedCap software. Information regarding food consumption was collected through a 24-hour Dietary Recall and tabulated in the Globodiet software. Descriptive analyzes were performed. Mean, 10th, 50th and 90th percentiles of consumption were estimated by number of meals, foods, recipes and ingredients consumed per center. The following indicators were also estimated: energy contribution (%) at the time of food consumption and place of consumption, consumption prevalence and distribution of consumption of food groups according to the FAO classification, percentage of consumers, consumption prevalence and contribution energy (%) according to NOVA classification, energy contribution (%) of the ten most consumed foods per center, as well as the relative contribution of the five most consumed fruits and vegetables per center. In general, the most consumed food groups were: Cereals, Beverages, Spices and condiments, Fats and oils, Vegetables and Meat. It is noteworthy that pregnant women still predominantly consume foods considered basic, such as rice, French bread, milk, meat, fruit juice and beans, especially at lunch, breakfast and dinner, and most often at home. There was a low variability of foods, including fruits and vegetables and, in addition, the consumption of ultra-processed foods represented 24.8% of total consumption. Therefore, this work contributes to the assessment of the food consumption of pregnant women, as the recognition of eating habits considered healthy or unhealthy allows the planning of strategies to improve maternal and child health outcomes.