A resiliência na área da saúde e suas contribuições para a manutenção ou transformação da realidade social
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Data
2019Autor
Piechnik, Livia Sissi Gonçalves Souza
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Resumo: Na expectativa de encontrar respostas que esclarecessem o motivo de algumas pessoas serem expostas a riscos e eventos traumáticos e não apresentarem respostas disfuncionais, como se pode esperar nesses casos (com adoecimento, perda da funcionalidade), inicialmente buscou-se compreender esse fenômeno e as variáveis envolvidas, experimentando-se diversos conceitos que traduzissem a complexidade do mesmo, e por fim surge o termo resiliência, transposto das ciências naturais, para denominar esse processo. As pesquisas sobre a resiliência se adensam ao final da década de 1970 e início da década de 1980, em um contexto sociocultural e histórico que converge o interesse sobre o indivíduo e sua relação com a adversidade. A experimentação se mantém no campo das ciências naturais, sendo que se aplicam métodos para medir a resiliência em pessoas, para aplicá-la em diversos contextos. Dessa prática surgem questionamentos sobre o que de fato é a resiliência e para que serve. Nesse contexto, o presente estudo busca, com base na teoria marxista, compreender esse fenômeno em sua perspectiva histórica e social ao tentar verificar se existe um conceito de resiliência e também discutir as possibilidades desse fenômeno em mudar ou manter os processos de saúde e doença. Para isso foi realizada uma pesquisa documental da qual resultaram duas vertentes sob o qual o conceito se constrói: a adversidade e a resposta a ela. Sendo que a adversidade é o que causa o risco, entendemos ser ela o próprio risco, moldado e transformado socialmente com bases materiais no modo de produção capitalista, que rege a forma com o ser humano se relaciona com a sociedade. Disso se abstrai ainda que as ações e adaptações são atribuídas ao indivíduo, ao passo que ele deve modificar sua atitude diante do risco para minimizar os efeitos nocivos do mesmo. Entendendo-se que a presença no risco é necessária e não é intenção da resiliência modificá-lo, fica claro que a exposição se torna crônica, frequente e perene, caracterizando a manutenção dos processos que geram e determinam o adoecimento. O termo transposto torna-se em vários aspectos insuficiente, não sendo a resposta que se busca para diminuir os riscos a que as pessoas estão sujeitas na sociedade capitalista que é força motriz que mantém a realidade social. Abstract: In the expectation of finding answers that clarify why some people are exposed to risks and traumatic events and do not present dysfunctional responses, as can be expected in these cases (with illness, loss of functionality), we initially sought to understand this phenomenon and the variables involved, experiencing various concepts that translated the complexity of the same, and finally comes the term resilience, transposed of the natural sciences, to denominate this process. Research on resilience has grown in the late 1970s and early 1980s, in a sociocultural and historical context that converges interest in the individual and its relation to adversity. Experimentation remains in the field of natural sciences, and methods are applied to measure resilience in people, to apply it in different contexts. From this practice questions arise about what resilience really is and what it is for. In this context, this study seeks, based on Marxist theory, to understand this phenomenon in its historical and social perspective in trying to verify if there is a concept of resilience and also discuss the possibilities of this phenomenon in changing or maintaining health and disease processes. Therefore, a documentary research was carried out, which resulted in two aspects under which the concept is constructed: adversity and the answer to it. Since adversity is what causes the risk, we understand that it is risk itself, molded and socially transformed on a material basis in the capitalist mode of production, which governs the way human beings relate to society. From this it is further abstracted that actions and adaptations are attributed to the individual, whereas he must modify his attitude towards risk to minimize the harmful effects of it. Understanding that presence in risk is necessary and it is not the intention of resilience to modify it, it becomes clear that exposure becomes chronic, frequent and perennial, characterizing the maintenance of the processes that generate and determine the illness. The term transposed becomes in many respects insufficient, not the answer that is sought to diminish the risk people are subject to capitalist society witch is the driving force that mantains social reality.
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