Extração de antocianinas presentes na jabuticaba (Myrciaria jaboticaba) para o controle de plantas daninhas
Resumo
Resumo : As antocianinas são o maior grupo de pigmentos encontrados na natureza solúveis em água, e fazem parte da classe dos flavonoides sendo responsáveis, entre outras atividades, pela proteção e reprodução das plantas. As antocianinas conferem as colorações desde azuis até vermelhas. Sua capacidade antioxidante chamam a atenção de diversas pesquisas, principalmente na área da saúde, indicando melhoras e fonte de possíveis tratamentos para doenças. Algumas das principais fontes de antocianinas conhecidas atualmente são as famílias das Vitaceae (uvas) e Rosaceae (cereja, ameixa, morango, amora e outras). Estudos atuais têm indicado um alto teor de antocianinas na casca da jabuticaba, árvore frutífera nativa do Brasil. As principais antocianinas encontradas são a cianidina-3-glicosídeo e delfinidina-3-glicosídeo. Os antioxidantes atualmente também têm despertado interesse na área da agricultura, visando a formulação de novos herbicidas com compostos ativos e que sejam menos nocivos ao meio ambiente. Diante do exposto, buscou-se extrair e identificar duas antocianinas presentes na casca da jabuticaba e testar o extrato contendo estas na germinação pré-inicial de plantas daninhas. Para isso, realizou-se a extração e determinação da presença de antocianinas na casca da jabuticaba da espécie MYRCIARIA JABOTICABA (cultivar sabará) e a verificação dos efeitos do extrato sobre a germinação inicial de três espécie de plantas daninhas A. hybridus (carururoxo), E. heterophylla (amendoim-bravo) e I. grandifolia (corda-de-viola). A extração das antocianinas foi realizada pelas seguintes etapas: (1) submersão das cascas do fruto em metanol acidificado com HCl 0,01% durante 24 horas; (2) filtração simples do extrato e (3) extração das antocianinas da solução metanólica através da técnica de extração em fase sólida (SPE), utilizando cartuchos C18 de 500mg. Para a última etapa utilizou-se HCl 0,01%, acetato de etila e metanol acidificado com HCl 0,01%. Rotoevaporou-se então a fração de metanol contendo as antocianinas. A amostra obtida então foi diluída novamente em metanol e adicionada a concentração de 250 ppm em cada caixa gerbox contendo as sementes das plantas daninhas. O efeito do extrato sobre a germinação foi analisado através de noves parâmetros. A presença das antocianinas no extrato foi determinada pela espectroscopia de massas sendo que para a delfinidina-3-O-glicosideo m/z: [M]+ foi encontrado 465,13 e para a cianidina-3-O-glicosídeo m/z:[M]+, foi encontrado 449,13. Além disso pela técnica de Cromatografia Liquida de Alta Eficiência encontrou-se dois picos, um em t=18,7min e outro em t= 1,7min que indicam a presença das antocianinas cianidina-3-O-glicosídeo e deflinidina-3-O-glicosídeo, respectivamente. Os efeitos do extrato sobre a germinação inicial das plantas daninhas obtiveram resultados significativos apenas para a espécie E. heterophylla que teve sua porcentagem de germinação aumentada, e para a espécie I. grandifolia que teve sua velocidade de germinação e velocidade de germinação acumulada, aumentada e o tempo de geminação diminuído. Através dos resultados obtidos, comprovou-se a presença das antocianinas na casca da jabuticaba e sua extração da casca da jabuticaba, além disso, sobre as condições realizadas no trabalho, o extrato não obteve resultados significativos sobre a germinação inicial das três espécies daninhas que foram analisadas.