Resumo
Para compreender a violência contra os Povos Indígenas no Brasil contemporâneo, faz-se necessário partir de uma análise sistêmica e de longa duração, considerando que ela incide fundamentalmente sobre a territorialidade de povos, seja nas disputas por terra, seja no impedimento de manifestarem-se livremente a partir de seus pressupostos culturais. O artigo estuda a violência contra os Povos Indígenas no Brasil Contemporâneo, pensada a partir da Colonialidade do Poder, conceito proposto pelo sociólogo peruano Aníbal Quijano, analisando que mesmo com as independências das colônias dos impérios ibéricos, o poder colonial se manteve. Defende que na contemporaneidade a violência é fundamentalmente institucional, seja na ação do Estado brasileiro reduzindo direitos como a não demarcação dos territórios e a implantação de obras desenvolvimentistas que afetam esses povos, seja na omissão, imiscuindo-se e permitindo assassinatos e invasão das terras indígenas.