[Correspondência entre Universidade e FUNAI]
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Data
1994-04-13Autor
SILVA, Vladinei Tadeu da
SANTOS, Sílvio Coelho dos
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O ofício de Vladinei Tadeu da Silva ao professor Sílvio Coelho confirma o recebimento do relatório do mesmo sobre os Índios avá-guarani da região do Ocoí e o reconhecimento que a questão Guarani não recebeu toda a atenção que deveria. O autor comenta que a FUNAI fez o que estava ao seu alcance assim com a Itaipu, assim como outras organizações e que todas estão de acordo hoje com a necessidade de uma terra maior para essa comunidade. Segundo o ofício, a Funai, em conjunto com a Itaipu, criou um Protocolo de Intenções cujo o trabalho deve começar em abril de 1994. Alerta também que o principal fator para a falta de projetos é a falta de recursos. Para o autor do ofício, é função do estado o fornecimento de novas terras, apesar de considerar certas medidas de ajuda do governo paternalistas e que acabaram por causar dependência dos indígenas ao estado. No que se refere à demarcação Tadeu da Silva considera que a FUNAI já vem fazendo um trabalho de demarcação até antes da constituição de 1988, apesar das dificuldades encontradas pelo fato da população guarani estar bastante dispersa. O autor ainda apresenta preocupação em relação à inércia em relação de demarcação de novas áreas mais adequadas aos avá-guarani. Na segunda parte do documento primeiramente a FUNAI apresenta as mudanças de curto prazo que pretende realizar com base do levantamento do professor Sílvio Coelho dos Santos, como o levantamento de localização de água potável na região, o treinamento de uma atendente de enfermagem contratada pela prefeitura de São Miguel do Iguaçu, entrega de cestas básicas para os assentados na região do Rio das Cobras e a realização de diversas reuniões com o governo municipal e estadual e lideranças indígenas para tratar do problema. O relatório de Coelho constante em anexo inicia apresentando quem são os índios avá-guarani da região do Ocoi, sua reivindicação por terras mais adequadas, as dificuldades que essa comunidade enfrentou por estar dispersa, e como essa dispersão foi causada pela violência efetuada pelo estado e a população branca local. Coelho também abarca em seu levantamento quais são as principais reivindicações dos avá-guarani, as principais ações da FUNAI, além de outros pontos relevantes que têm que ser levados em conta para entender a situação dos indígenas da região do Ocoi, como a perda de até 20 ha para movimentações do rio, bem como a dependência destes com a entrega de leite de soja por parte do estado. O antropólogo também leva em conta a questão legal, denotando que o reassentamento dessa comunidade está previsto na constituição, e o autor também faz um levantamento antropológico dos povos Guarani dando enfoque à importância da “Tekohá” (Aldeia) para esse povo. Coelho encerra seu levantamento afirmando que está acima de dúvidas que os avá-guarani foram muito prejudicados pelo projeto da Usina Hidrelétrica de Itaipu e faz propostas de medidas que podem ser feitas para iniciar a reparação do problema como considerar as especificidades sócio culturais e econômicas desse povo além de sua atual dispersão entre diversos países.
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- Povos tradicionais [770]
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