Afídeos e seus inimigos naturais em abobrinha (Cucurbita sp.), pepino (Cucumis sativus L.), tomate (Lycopersicon esculentum M.)e pimentão (Capsicum anuum L.)
Resumo
Resumo: Apresentou-se uma revisão bibliográfica sobre os afídeos e seus inimigos naturais, nâs culturas de abobrinha, pepino, tomate e pimentão. Para a amostragem de afídeos e predadores no campo, usou-se os métodos de contagem direta nas plantas, armadilhas de água a armadilhas terrestres, no período de outubro de 1972 a maio de 1973. 1. ABOBRINHA. Aphis gossypii Glover, 1677 e Macrosiphum euphorbiae (Thomas, 1878) foram encontrados na abobrinha para a qual ainda não haviam sido citados no Brasil, A gossypii foi o afídeo mais abundante, com preferência pela face inferior das folhas mais envelhecidas. Na abobrinha, encontrou-se maior número de ovos se Syrphidae, Coccinellidae a Chrysopidae que nas outras culturas. Os ovos de Syrphidae foram mais abundantes no final de dezembro, precedendo um pouco o pico máximo dos afídeos. Os adultos foram atraídos, provavelmente, pelas flores. O maior número de ovos de Coccinellidae e Chrysopidae ocorreram em meados de janeiro, quase no fim da primeira fase de declínio dos afídeos. 2. PEPINO. Foram encontrados A. gossypii e euphorbi ae nas plantas, sendo gossypii o mais abundante. O número de predadores no pepino foi baixo. O máximo de ovos de Syrphidae ocorreu quando havia poucos afídeos nas plantas, logo após ao máximo de infestação afídica. O maior número de ovos de Coccinellidae foi registrado na segunda quinzena de dezembro, quando a população de afídeos, ainda reduzida, se desenvolvia ativamente Foram encontrados poucos ovos de Chrysopidae. 3. TOMATE. M. euphorbiae e Myzus persicae (Sulzer; 1775) foram encontrados nos tomateiros, devendo-se a infestação somente a M. euphorbiae. Comparativamente às culturas de abobrinha e pimentão, o número de predadores foi baixo. Destes foram observa dos poucos ovos de Syrphidae e Coccinellidae, os primeiros no início de janeiro e meados de março, quando o número de afídeos era baixo. O máximo de ovos de Coccinellidae ocorreu no final de fevereiro e início de março, época de poucos afídeos nas plantas. 4. PIMENTÃO. M. euphorbiae e A. gossypii foram encontra dos nas plantas. Tanto euphorbiae, o mais abundante, como A. gossypii ocorreram em número bastante baixo. O número de predadores foi comparativamente alto, devendo-se talvez a isso o número baixo de afídeos presentes na cultura. O número de ovos de Syrphidae foi elevado no final de janeiro, coincidindo com a segunda ascensão dos afídeos. O máximo de ovos de Coccinellidae ocorreu pouco antes do número máximo de afídeos. Nas plantas de todas as culturas ocorreram alguns alados de Lipaphis erysimi Kaltenbach, 1847 ali provavelmente de passagem. Além dos afídeos próprios das culturas capturaram-se nas armadilhas de água outras espécies, entre elas A-cyrtosiphon pisum Harris, 1776, que não foi previamente citada para o Brasil. Os adultos de Syrphidae capturados nas armadilhas de água foram Allograpta sp. e Toxomerus sp., sendo este último bem mais frequente. Eriopis connexa (Germar, 1824), Coleomegilla quadrifasciata (Schönherr, 1808) e Cycloneda sanguínea (Cinaeus, 1763) foram os Coccinellidae capturados nas armadilhas de água e terrestres. E. connexa foi o mais abundante. O maior número de Carabidae capturados em todas as culturas foi na primeira semana de fevereiro, época de seca, caindo em seguida em decorrência a um período chuvoso. O mais comum foi Cicindela sp.. A predação foi bem mais importante que o parasitismo sendo desprezível o número de afídeos parasitados encontrados. A eficiência das armadilhas de água foi maior para a captura de afídeos e Syrphidae e as terrestres para Coccinellidae e Carabidae. Em geral não pode ser demonstrada a ação direta e imediata da temperatura sobre os níveis populacionais da afídeos e predadores nas plantas. As capturas de afídeos nas armadilhas de água e de Coccinellidae e Carabidae foram reduzidas nos dias de chuva. A maior parte destes afídeos já são conhecidos na literatura, infestando hostícolas no Brasil, mas sem dados sobre a importância relativa das diferentes espécies ou seus predadores associados, que são fornecidos por esta pesquisa.
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