O colapso da percepção do tempo pelo contraste do autocontrole e da confiança no julgamento sobre a formação de preferências de investimento em decisões orçamentárias
Resumo
Resumo: As escolhas são a insígnia da autonomia individual em momentos de deliberação. Contudo, nem toda escolha deriva da vontade enquanto representação concreta da razão. O autocontrole pretende a supressão e o controle de impulsos, regulando processos de julgamento e escolha. Portanto, o contraste do autocontrole tende a provocar oscilações entre pontos opostos que, em decisões orçamentárias, refletem o sucesso ou o fracasso da estratégia de negócios. Tal ordenamento é projetado sobre a confiança no julgamento, que é alterada em relação ao estado inicial de crença. A literatura demonstra que os processos deliberativos consomem recursos vitais, gerando o estado temporário de esgotamento do ego. Tal efeito foi demonstrado em múltiplos contextos, geralmente consubstanciados na esfera das decisões individuais. Essas evidências tangenciam situações que podem ser transportadas para as decisões orçamentárias de investimento de capital, singulares por determinar a distribuição do capital no tempo. O conhecimento das decisões orçamentárias se apresenta provisório, mas inclinado a determinar o orçamento como um síncrono de escolhas que na essência ressoam o espaço-tempo das opções disponíveis de investimento de capital. Quando destoantes do valor esperado, as decisões orçamentárias induzem o desempenho negativo do planejamento estratégico. Assim, o objetivo deste estudo é defender a tese de que o autocontrole influencia a confiança no julgamento e as decisões orçamentárias, ao mesmo tempo que o esgotamento do ego afeta a confiança no julgamento e ocasiona alterações nas preferências individuais de investimento de capital. O fenômeno das decisões orçamentárias foi observado através de dois experimentos, desenvolvidos para indução de escolhas sucessivas entre projetos de investimento com retornos temporalmente dispersos, a partir da tarefa de decisão orçamentária. As opções de escolha se mostraram binárias, implicando resultados contrários. Aos participantes foi conferida autonomia para optar pelo Projeto A, que desencadeia resultados imediatos maiores, mas que tendem ao fracasso no futuro; ou pelo Projeto B, com previsão de resultados maiores e consistentes no futuro. Percebeu-se, no primeiro experimento, a existência de evidências que sugerem o relacionamento entre o autocontrole, a confiança no julgamento e as decisões orçamentárias, para os participantes nas condições de alto e baixo autocontrole. O segundo experimento revelou alterações nas preferências individuais e na confiança no julgamento, dado participantes nas condições de esgotamento e não-esgotamento do ego. Em essência, os experimentos demonstraram que o controle da atenção é determinante na avaliação de investimentos. Isso significa que, mesmo que reguladas pelo sistema de controle gerencial, as decisões orçamentárias são influenciadas pelo comportamento do gestor. Logo, existe a possibilidade da predição de falhas no processo de decisão pela inclusão condicional do comportamento no modelo decisório. Com efeito, é possível esperar que o colapso da percepção do tempo provoque incoerências nas escolhas orçamentárias de investimento de capital. Essa observação coadjuva a formulação de questões orientadas ao conhecimento dos fatores condicionantes do relacionamento entre o autocontrole, o esgotamento do ego e a confiança no julgamento, também sua projeção sobre as decisões orçamentárias; e da estrutura de controles gerenciais que obsta a extensão do alcance do colapso da percepção do tempo sobre investimentos de capital. Palavras-chave: Autocontrole. Esgotamento do Ego. Confiança no Julgamento. Decisões Orçamentárias. Investimento de Capital. Abstract: Choices are the badge of individual autonomy moments of deliberation. However, not every choice derives from the will as a concrete representation of reason. Self-control imposes suppressing and controlling impulses, and regulating processes of judgment and selection. So, the contrast of self-control tends to bring oscillations between opposite points that, in budget decisions, reflect the success and failure of a business strategy. Such ordering is projected on the trust on judgment, which is altered as to the initial state of belief. Literature shows deliberative processes consume vital resources, generating the temporary state of ego depletion. Such effect has been shown in multiple contexts usually substantiated at the level of individual decisions. Such evidence come close to situations that can be transported to budget decisions on capital investment, singular for determining the distribution of capital along time. The knowledge of budget decisions has a provisional feature but tending to settle budget as a synchronous of choices which in essence echo the space-time of available options for capital investment. When they differ from the value expected, budget decisions induce the negative performance of strategic planning. So, the aim of this study is defending the thesis that self-control influences the trust on judgment and budget decisions while ego depletion affects confidence on judgment and causes changes on individuals' preferences about capital investment. The phenomenon of budget decisions was observed through two trials developed for inducing sequential choices among investment projects with time spread returns, from the budget decision task. Choices options show as binary ones, implying opposite results. Participants were autonomous to choose Project A, triggering larger immediate results, but tending to future failure; or Project B, with an expectation of larger and more consistent results in the future; it was seen, in the first experiment, the existence of evidence suggesting a relation between self-control, trust in judgment, and budget decision to the participants under high and low self-control. The second trial revealed changes on both individuals' preferences and trust on judgment, according to participants under ego depletion and nondepletion. In essence, trials showed that controlling attention is crucial to the evaluation of investments. It means that even when regulated by management control system, budget decisions are influenced by the manager's behavior. So, there is a possibility to predict failures on decision process by conditionally adopting the behavior to decision model. With effect it is possible to wait for the collapse of time perception to cause incoherencies on budget choices of capital investment. Such note assists the formulation of questions addressed to knowing the conditioning factors of the relation between self-control, ego depletion, and trust on judgment, and its projection on budget decisions; and the structure of management controls blocking the reach of the collapse of perception of time on capital investments. Keywords: Self-control. Ego depletion. Trust on Judgment. Budget Decisions. Capital Investment.
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