O movimento underground e a religiosidade : Comunidade Gólgota (2001-2015)
Resumo
Resumo: Esta Tese pretende analisar a Comunidade Gólgota, na cidade de Curitiba/PR, a partir de um enfoque que busca privilegiar a dinâmica religiosa evangélica brasileira, entre 2001 (ano em que a Comunidade surgiu) até 2015 (quando identificamos uma alteração discursiva por parte das lideranças da Gólgota, não mais se apresentando como emergente e criticando o universo pós-moderno). Para tanto, partimos de uma abordagem sobre o protestantismo em suas origens, num movimento histórico de desdobramento das igrejas e denominações religiosas. A seguir, traçamos um cenário do Pentecostalismo ao longo do século XX no Brasil, por intermédio de suas igrejas e dissidências religiosas. O exercício ajuda a observar a Gólgota como possível expressão das igrejas emergentes, surgidas na virada do século XX para o XXI, que recorrem aos meios midiáticos, linguagem descontraída e público-alvo como os jovens undergrounds. Questionamos em que medida a Comunidade Gólgota pode ser vista como uma comunidade diferenciada, quais são as aproximações com outras denominações religiosas e quais são os limites de sua atuação, dialogando com autores como Paul Freston (1993; 1994), Antonio Gouvêa Mendonça (2005) e Magali Cunha (2007). A Gólgota volta-se para um público específico, os Undergrounds curitibanos (roqueiros, motociclistas, cabeludos, tatuados, com idade entre 18 e 35 anos, em geral universitários ou com formação superior concluída), com a oferta de expressões estilísticas e estéticas do rock para os que não encontraram identificação em outras denominações religiosas frequentadas, no próprio campo evangélico. Assim, alguns tiveram experiência como desigrejados ou pelo viés do trânsito religioso até chegarem à Gólgota, que trabalha neste vazio deixado pelas igrejas protestantes/pentecostais mais tradicionais. Frequentamos cultos, percorremos o ciberespaço institucional e produzimos entrevistas orais com lideranças e membresia religiosa. A etnografia nos auxiliou no exercício de entendermos dinamicamente os espaços que estávamos observando, além das diferentes formas, como foi possível captar, das relações existentes entre os indivíduos e grupos. Posteriormente, transformarmos o texto em linguagem e interpretação histórica. Palavras chaves: Protestantismo; Pentecostalismo; Igrejas Emergentes; Comunidade Gólgota; Juventude; Undergrounds; Mídia; Lideranças. Abstract: This thesis intends to analyze the Golgotha Community, in the city of Curitiba/ PR, based on an approach that seeks to privilege the Brazilian evangelical religious dynamics, between 2001 (year in which the Community arose) until 2015 (when we identified a discursive change by the leaders of Golgotha, no longer presenting themselves as emerging and criticizing the postmodern universe). To do so, we start with an approach on Protestantism in its origins, in a historical movement of unfolding of churches and religious denominations. Next, we draw a picture of Pentecostalism throughout the twentieth century in Brazil, through its churches and religious dissent. The exercise helped to observe Golgotha as a possible expression of the emerging churches, which emerged from the turn of the twentieth century to the twenty-first, using media, relaxed language, and target audiences such as young undergrounds. We question the extent to which the Golgotha Community can be seen as a distinct community, what are the approximations with other religious denominations and what are the limits of its performance, dialoguing with authors such as Paul Freston (1993; 1994), Antonio Gouvêa Mendonça (2005) and Magali Cunha (2007). Golgotha looks for a specific audience, the Undergrounds curitibanos (rockers, motorcyclists, hairy, tattooed, aged between 18 and 35 years, usually university students or graduated with a college degree), with the offer of stylistic and aesthetic expressions of rock for those who did not find identification in other religious denominations frequented, in the evangelical field itself. Thus, some have had experience as unmarried or through the bias of religious transit until they reach Golgotha, who works in this void left by the more traditional Protestant / Pentecostal churches. We attend cults, go through institutional cyberspace, and produce oral interviews with leaders and religious members. Ethnography assisted us in the exercise of dynamically understanding the spaces we were observing, in addition to the different ways in which it was possible to grasp the existing relationships between individuals and groups. Subsequently, we transform the text into language and historical interpretation. Key words: Protestantism; Pentecostalism; Emerging Churches; Community Golgotha; Youth; Undergrounds; Media; Leadership.
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- Teses [156]