Gestação após cirurgia bariátrica : estudo comparativo entre gestantes pós procedimento e obesas
Resumo
Resumo: INTRODUÇÃO: A incidência da obesidade tem aumentado em todo mundo, atingindo uma grande proporção de mulheres em idade reprodutiva. A obesidade aumenta muito a incidência de doenças crônicas e de complicações durante o período gravídico puerperal. A cirurgia bariátrica ocupou um lugar importante no tratamento da obesidade e vem sendo cada vez mais frequente onúmero de gestantes com cirurgia bariátrica prévia, trazendo a preocupaçãodo seu impacto no pré-natal. OBJETIVO: Avaliar o impacto da cirurgia bariátrica nos resultados gestacionais e neonatais quando comparada com gestações em obesas sem cirurgia. METODOLOGIA: Foram selecionadas, entre as pacientes que internaram para parto na Maternidade do Complexo Hospital de Clínicas do Paraná, gestantes que apresentavam IMC maior ou igual a 30 e que tinham sido submetida a cirurgia bariátrica independente do valor de IMC. Foram excluídas pacientes com gestação gemelar e que não realizaram pré-natal. Dados foram coletados através de entrevista, análise de prontuário e do cartão de gestante. RESULTADOS: Foram selecionadas 93 gestantes pós cirurgia bariátrica e 205 gestantes obesas. Das pacientes pós cirurgia bariátrica, 53,8% não sabiam qual técnica foi utilizada e as demais realizaram bypass em Y de Roux, apenas duas pacientes apresentaram complicações relativas ao procedimento cirúrgico. Hipovitaminose D esteve presente em 85.7%, hipovitaminose B12 em 47,7% e hipocalcemia em 46,8% das gestantes pós cirurgia. Quando comparadas as pacientes obesas a anemia foi significativamente mais frequente no grupo pós bariátrica (46%) que no grupo obesas (13,8%), houve diminuição da ocorrência de alterações pressóricas ocorrendo em 56,6% das gestantes obesas e apenas 14 % das gestantes pós cirurgia bariátrica, houve diminuição das alterações glicêmicas, ocorrendo em 30,2% das gestantes obesas e 16,1% das pacientes pós cirurgia bariátrica. Não houve aumento de prematuridade ou diferença quanto a via de parto, complicações no parto ou puerpério imediato. Quanto aos recém-nascidos houve diferença significativa no peso ao nascimento com média 3317,9 g no grupo obesa e de 3011,5 g no grupo pós bariátrica com aumento de pequenos para idade gestacional e diminuição de macrossomicos no grupo pós bariátrica. Houve também maior necessidade de permanecia em UTI neonatal nesse grupo, sem aumento de hipoglicemia, icterícia neonatal, malformações, distress respiratório ou aumento do número de dias de internação. CONCLUSÃO: Apesar de diminuir a incidência de doenças complicando a gestação o estudo demonstrou um aumento da ocorrência de anemia e uma grande incidência de distúrbios nutricionais e pequenos para a idade gestacional o que precisa ser alvo de atenção no pré-natal. Palavras-chave: gestação. cirurgia bariátrica. obesidade. Abstract: INTRODUCTION: The incidence of obesity has increased worldwide, producing a large proportion of women of reproductive age. Obesity greatly increases the incidence of chronic diseases and complications during the puerperal pregnancy period. Bariatric surgery has played an important role in the treatment of obesity, and the number of pregnant women with previous bariatric surgery has been increasing, bringing with it a concern for its prenatal impact. OBJECTIVE: To evaluate the impact of bariatric surgery on gestational and neonatal outcomes when compared to gestations in obese women without surgery. METHODOLOGY: Patients who had a BMI greater than or equal to 30 Kg/m2 and who underwent bariatric surgery regardless of the BMI value were selected as patients who were admitted to a Hospital de Clínicas do Paraná. Patients with twin pregnancies and who did not undergo prenatal care were excluded. Data that were collected through the interview, medical records and pregnancy card. RESULTS: 93 pregnant women after bariatric surgery and 205 obese pregnant women were selected. Of the patients after bariatric surgery, 53.8% did not know which technique was used and the others underwent Roux-en-Y bypass, only two patients presented complications related to the surgical procedure, hypovitaminosis D was present in 85.7%, B12 hypovitaminosis in 47.7% and hypokalemia in 46.8% of pregnant women after surgery. When compared as obese patients, anemia was significantly more frequent in the post-bariatric group (46%) than in the obese group (13.8%), there was a decrease in the occurrence of arterial hypertension occurring in 56.6% of obese women and only 14% pregnant women after bariatric surgery, there was a decrease in diabetes, occurring in 30.2% of obese pregnant women and 16.1% of patients after bariatric surgery. There was no increase in prematurity or difference cesarean delivery, complications in childbirth or immediate puerperium. There was a significant difference in birth weight, with a mean of 3317.9 g an obese group and 3011.5 g, in post-bariatric group with an increase in small for gestational age and a decrease in macrosomic, with a greater need for permanence in ICU, without increased hypoglycemia, neonatal jaundice, malformations or respiratory distress, without increasing number of days of hospitalization. CONCLUSION: Despite decreasing the incidence of disease, anemia and a high incidence of nutritional disorders and small for gestational age, what needs to be addressed in prenatal care. KEY - WORDS: Pregnancy. bariatric surgery. Obesity.
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