Evolução da ingestão alimentar de pacientes com melhora glicêmica durante o primeiro ano de pós-operatório de Bypass gástrico em Y de Roux
Resumo
Resumo: Introdução: A obesidade está entre as principais causas da alteração glicêmica e desenvolvimento do diabetes mellitus tipo 2. Com o insucesso do tratamento clínico, observa-se aumento da realização de cirurgia bariátrica. A orientação dietética, assim como os fatores restritivos, disabsortivos e hormonais decorrentes das alterações anatômicas e fisiológicas provocadas pela cirurgia estão associadas com modificações da ingestão alimentar. Objetivo: Analisar a evolução da ingestão alimentar e sua contribuição na melhora glicêmica durante o primeiro ano de pós-operatório de pacientes com diabetes mellitus tipo 2 (DM2) ou glicemia de jejum alterada submetidos ao Bypass gástrico em Y de Roux (BGYR). Metodologia: Trata-se de estudo observacional analítico longitudinal, de caráter retrospectivo, realizado a partir da coleta de dados clínicos e de ingestão alimentar cadastrados nos prontuários de pacientes em acompanhamento nutricional durante o pré e pósoperatório. Para análise estatística, foi utilizado o software R, aplicando-se estatística descritiva, modelos mistos de regressão linear, Teste-t pareado, Wilcoxon, MacNemar e Regressão de Dirichle. Foi estabelecido nível de significância de 5%. Resultados: Com 3 meses de pós-operatório, o percentual de perda de excesso de peso foi de 53,7% (23,8-112,5), representando sucesso cirúrgico. Aos 12 meses todos os pacientes submetidos ao BGYR apresentaram melhora nos níveis glicêmicos (p<0,05), sendo que 94,4% (n=100) da amostra apresentou remissão total. Durante o primeiro ano do pós-operatório, além das modificações quantitativas, observou-se mudança na qualidade da ingestão alimentar. Houve redução na ingestão de energia, macronutrientes, porções de doces, consumo de bebidas alcoólicas e refrigerantes. Em contrapartida, houve aumento na ingestão de fibras e fracionamento da dieta. Foi observado, que apesar da restrição gástrica, a ingestão de micronutrientes específicos para o controle glicêmico foi maior até o sexto mês. Conclusão: Apesar dos níveis altos de adesão às consultas, no pós-operatório tardio, a dieta sofreu alteração, apresentando inadequações em relação à pirâmide específica, com tendência ao padrão alimentar do pré-operatório. Entretanto, ainda houve manutenção do controle glicêmico.
Palavras-chave: Cirurgia bariátrica, ingestão alimentar, diabetes mellitus tipo 2, glicemia de jejum alterada. Abstract: Introduction: Obesity is one of the main causes of glycemic alteration and type 2 diabetes mellitus development. With the unsuccess of the clinical treatment, an increase of bariatric surgery is noticed. Diet orientation, as well as restraining, disabsorptive, and hormonal factors resulting from anatomical and physiological changes resulting from the surgery are linked to food ingestion modifications. Purpose: Analyze the evolution of food ingestion and its contribution for glycemic improvement during the first postoperative year of patients with type 2 diabetes mellitus (DM2) or alterated fasting glycemia submitted to Roux en Y gastric bypass (BGYR). Methodology: It is a longitudinal analytic observational study, of retrospective character, performed by gathering clinical data and food ingestion data registered on the records of patients in nutritional monitoring during pre and postoperative care. For statistical analysis, the R software was used, applying descriptive statistic, linear regression mixed models, paired t-test, Wilcoxon, MacNemar, and Dirichle Regression. A 5% significance level was established. Results: With a 3-month postoperative care, the percentage of weight excess loss was of 53.7% (23.8-112.5), which represents a surgical success. After 12 months, all patients submitted to BGYR presented an improvement of the glycemic levels (p < 0.05), and 95.4% (n = 100) of the sample presented total remission. During the first postoperative year, besides the quantitative modifications, a change of the food ingestion quality was noticed. There was a decrease of energy, macronutrients, and candy batches ingestion and of alcoholic beverages and soft drinks consumption. On the other hand, there was an increase of fiber ingestion and diet fractioning. It was observed that, in spite of gastric restriction, the specific micronutrients ingestion for glycemic control was bigger until the sixth month. Conclusion: In spite of the high levels of consult adhesion at late postoperative care, the diet went through changes, presenting inadequacies relating
to the specific pyramid, with tendency to the food pattern of the preoperative care. However, the glycemic control was maintained.
Keywords: Bariatric surgery, food ingestion, type 2 diabetes mellitus, alterated fasting glycemia.
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