Curva de aprendizado de facoemulsificação por residentes de oftalmologia
Resumo
INTRODUÇÃO A catarata é a principal causa de cegueira, sendo responsável por 50% da cegueira mundial1 . Embora um progresso significativo tenha sido feito para identificar fatores de risco para catarata, não há prevenção primária comprovada ou tratamento médico. A remoção cirúrgica da catarata continua sendo o único tratamento2 e proporciona melhora da produtividade no trabalho, e estimula indivíduos economicamente inativos a procurar trabalho remunerado3 . Nesse trabalho, será feito uma breve revisão na literatura da anatomia do seguimento anterior, sobre catarata e as técnicas cirúrgicas de sua extração, bem como suas complicações. Para uma posterior analise da curva de aprendizado nessa técnica por residentes de oftalmologia do último ano em nosso serviço no Hospital das Clinicas da UFPR. OBJETIVOS O Objetivo do nosso trabalho foi analisar a curva de aprendizado dos médicos residentes em Oftalmologia do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná nas diferentes etapas da cirurgia de facoemulsificação e a taxa de complicação nas cirurgias iniciais. MÉTODOS Foi realizado um estudo prospectivo no Departamento de Oftalmologia do Centro da Visão Hospital de Clínicas Universidade Federal do Paraná. Foram incluídos residentes do terceiro ano de oftalmologia em treinamento para cirurgia de Facoemulsificação. Todas as etapas das cirurgias foram desenvolvidas com acompanhamento de preceptor. Quando o residente encontrou dificuldade, a etapa foi realizada pelo preceptor. Para acompanhar o desenvolvimento da curva de aprendizado foi desenvolvido um questionário. As principais etapas da cirurgia foram identificadas: As habilidades foram caracterizadas em "executou sem problemas", "executou com problemas" e "preceptor executou". Também entrou na análise como variável a complicação de ruptura de cápsula posterior. RESULTADOS Ao final das cirurgias do período, analisando os questionários sobre como decorreu as cirurgias; observou que a etapa da cirurgia em que o residente mais precisou de auxilio, sendo quando o preceptor mais precisou executar foi durante a confecção do sulco – foram necessárias 24 intervenções ao todo. A etapa em que o preceptor menos precisou executar foi a incisão com apenas três intervenções ao todo. No total de cirurgias no período, apenas sete cirurgias tiverem a complicação de ruptura de cápsula posterior. Dois dos residentes tiverem duas RCP no período, três deles tiverem apenas uma RCP, e apenas um deles não teve RCP nesse período. CONCLUSÕES A média, de todos os residentes no serviço, para a complicação de ruptura de cápsula posterior no período estudado foi de 5,14% das cirurgias. A etapa cirúrgica em que os residentes demonstraram ter menos habilidade, necessitando o preceptor executar mais vezes foi a confecção do sulco cristaliniano. Ao todo foram 24 intervenções por parte do preceptor.
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