Da internet às ruas : a marcha do parto em casa
Abstract
Resumo: Esta pesquisa aborda, por um viés comunicacional, a Marcha do Parto em Casa, ação coletiva organizada por meio das redes sociais virtuais, realizada nos dias 16 e 17 de junho de 2012, em 30 cidades brasileiras. A partir da discussão sobre o papel da comunicação e dos atores coletivos na sociedade, o trabalho teve por objetivo observar se as pessoas envolvidas na defesa da humanização do parto conseguiram ampliar a discutibilidade e visibilidade social do tema, utilizando ferramentas disponíveis na internet e acionando a mídia. O uso da rede social Facebook teve papel central nesse processo, por isso, a metodologia de estudo foi focada nas apropriações da internet e das redes sociais. Foi realizada uma análise documental, cujo corpus foi composto por peças de comunicação relacionadas ao conflito estabelecido entre as pessoas que defendem o parto humanizado e o Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj); e a análise de conteúdo de uma página de evento no Facebook, usada para a organização da Marcha. Para esclarecer dúvidas e confirmar ou refutar hipóteses foram realizadas entrevistas em profundidade com algumas das articuladoras da ação coletiva. Foram considerados pressupostos teóricos relacionados à comunicação como prática social (Wolton, Gamson, França), às ações coletivas (Melucci, Touraine, Pleyers), à sociedade em rede (Castells) e aos processos de mobilização (Toro e Werneck, Henriques). Verificou-se que as pessoas envolvidas na mobilização se uniram para defender uma causa - o direito de escolha da mulher em relação ao parto, diante de um opositor - o Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj). Para isso, os ativistas realizaram ações de comunicação e mobilização, visando sensibilizar a sociedade a exigir o cumprimento dos direitos das gestantes e mudanças do modelo de assistência obstétrica no Brasil. Palavras-chave: Comunicação; Ação coletiva; Mobilização; Parto humanizado, Facebook. Abstract: This research focused, from the communication perspective, on a collective action organized by internet social networks, called the March for Childbirth at Home, held on 16th and 17th of June 2012, in 30 major Brazilian cities. Discussing the role of communication and collective action in society, this work aimed to observe whether people involved in the defense of the humanization of childbirth managed to extend the debate and social visibility of the issue by tools available on the internet and if they managed to influence media coverage. The social network Facebook played a central role in this process, and therefore the methodology of the work focused on the appropriation of the Internet and social networks. The documentary analysis of this research was based on a corpus composed by media reports related to the conflict established between people who support humanization of childbirth and the Council of Medicine of Rio de Janeiro (Cremerj), and also the content analysis of a page from Facebook used by the organization of the March. To clear possible doubts, and to confirm or refute hypotheses, detailed interviews were made with some of the articulators of the collective action. Theoretical assumptions related to communication as a social practice (Wolton, Gamson, França), collective action (Melucci, Touraine, Pleyers), network society (Castells) and mobilization processes (Toro and Werneck, Henriques) were considered. It was ascertain that people involved in the social action joined together to support a cause - women's ritghts to choose methods of childbirth - before an antagonist, the Council of Medicine of Rio de Janeiro (Cremerj). To achieve that, activists held actions of communication and mobilization in order to urge society to enforce the rights of pregnant women and to change the model of obstetric care in Brazil. Key-words: Communication, Collective Action, Mobilization, Childbirth, Facebook
Collections
- Dissertações [161]