Variações anatômicas da terminação da veia safena parva pela ultra-sonografia doppler.
Resumo
Resumo: INTRODUÇÃO: As cirurgias de varizes no território da veia safena parva apresentam recidivas freqüentes. Um dos fatores determinantes é a grande variação anatômica da sua terminação, nem sempre detalhada no préoperatório. A realização da ultra-sonografia Doppler, com "mapeamento" do sistema venoso dos membros inferiores, vêm sendo solicitado rotineiramente, no pré-operatório de varizes. OBJETIVO: Estudar as diferentes terminações da veia safena parva, pela ultrasonografia Doppler, baseado na classificação de Kosinski. DESENHO DO ESTUDO: Estudo prospectivo, observacional. PACIENTES E MÉTODOS: Um total de 1.000 membros inferiores estudados em 500 pacientes (400 mulheres e 100 homens), com média de idade de 49,3 ± 16,6 anos. Esses pacientes foram encaminhados ao laboratório vascular, por diversos cirurgiões vasculares, para a ultra-sonografia Doppler e "mapeamento" do sistema venoso dos membros inferiores. As variações anatômicas da terminação da veia safena parva eram anotadas em um protocolo específico, elaborado para o estudo. As várias terminações foram divididas de acordo com a classificação de Kosinski, em três tipos. TIPO I, terminação na veia poplítea, com dois subtipos: (a) exclusivamente na veia poplítea e (b) na veia poplítea e na veia safena magna. TIPO II, terminação em veias da coxa, com três subtipos: (a) em veias profundas da coxa (veia femoral ou veias da musculatura posterior); (b) em veias profundas da coxa e na veia safena magna, e (c) na veia safena magna. TIPO III, terminação em veias da perna, com dois subtipos: (a) na veia safena magna abaixo do joelho e (b) em veias profundas da perna (gastrocnêmias). Foram também anotadas as distâncias da terminação em relação à prega poplítea. RESULTADOS: Em 528 (52,8%) dos membros inferiores, foi encontrada terminação do Tipo I sendo Tipo I (a) em 431 (43,1%) e Tipo I (b) em 97 (9,7%) dos membros inferiores. O Tipo II foi encontrado em 444 (44,4%) dos membros inferiores, sendo o Tipo II (a) em 286 (28,6%), o Tipo II (b) em 56 (5,6 %) e o Tipo II (c) em 102 (10,2%) dos membros inferiores; e o Tipo III em 28 (2,8 %) dos membros inferiores sendo Tipo III (a) em 20 (2,0 %) e o Tipo III (b) em 8 (0,8 %). CONCLUSÃO: a veia safena parva apresenta variações anatômicas em sua terminação. Freqüentemente termina em veias da coxa, comunicando-se à veia poplítea em cerca de metade dos casos. Raramente termina em veias da perna. Palavras chaves: Veia safena parva, Junção safeno-poplítea e Ultra-sonografia. Abstract: INTRODUCTION: Operations for varicose veins in the lesser saphenous vein territory are frequently followed by recurrence. One of the factors that cause such frequent recurrence is the great anatomic variation of the lesser saphenous vein termination, that is not always well evaluated preoperatively. Doppler ultrasonography, with "mapping" of the superficial venous system of the lower limbs, has been a routine in the preoperative evaluation of patients with varicose veins. OBJECTIVE. To study the various terminations of the lesser saphenous vein, using Doppler ultrasonography, based in the Kosinski classification. STUDY DESIGN. Prospective observational study. PATIENTS and METHODS. A total of 1,000 lower limbs were studied in 500 patients (400 women and 100 men), with a mean age of 49.3 + 16.6 years. The patients were referred by several vascular surgeons to the Vascular Laboratory, for Doppler ultrasonography and "mapping" of the lower limbs venous system. The anatomic variations of the lesser saphenous vein termination were registered in a protocol specifically developed for the study. The various terminations were divided, according to the Kosinski classification, into three types. Type I, when the termination was in the popliteal vein. This type had two subtypes: (a) termination exclusively in the popliteal vein and (b) in both the popliteal vein and the greater saphenous vein. Type II, with termination in thigh veins, with three subtypes: (a) deep veins of the thigh; (b) in both the deep veins of the thigh and the greater saphenous vein, and (c): in the greater saphenous vein. Type III, with the termination in leg veins, with two subtypes: (a): in the greater saphenous vein below the knee and (b): in deep leg veins (gastrocnemius veins). The distances of the termination from the popliteal skin crease were also noted. RESULTS: In 528 limbs (52.8%) a Type I termination as found, with subtype l(a) found in 431 limbs (43.1%) and subtype l(b) in 97 limbs (9.7%). Type II termination was found in 444 limbs (44.4%), with subtype II (a) found in 286 limbs (28.6%); subtype II (b) in 102 limbs (10.2%) and subtype ll(c) in 56 limbs (5.6%). Type III was found in 28 limbs (2.8%), with subtype III (a) found in 20 limbs (2.0%) and subtype III (b) in 8 limbs (0.8%). CONCLUSION: The lesser saphenous vein presents anatomical variations in its termination. It often terminates in thigh vein communicating with the popliteal vein in half cases. It seldom terminates in leg veins. KEY WORDS: Lesser Saphenous vein, Saphenopopliteal Junction, and ultrasonography
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