Análise das variações da linha de costa nas margens do mar do Ararapira como subsídio ao planejamento do uso e ocupação.
Abstract
Resumo : As desembocaduras lagunares são feições geomorfológicas, associadas a sistemas ilhas barreira, que conectam corpos aquosos semi-confinados com o oceano, e separam lateralmente duas feições arenosas ou uma feição arenosa de um corpo rochoso próximo à costa. A desembocadura do Mar de Ararapira, no extremo Norte paranaense e extremo Sul paulista apresenta essas características. Uma inversão anômala da corrente de deriva litorânea nessa região provoca a migração da desembocadura em direção SW, ocasionando intenso processo erosivo na costa próxima à vila de Barra do Ararapira. O padrão meandrante do corpo lagunar provoca a erosão nas margens côncavas e a diminuição na largura do esporão do Ararapira. Num ponto localizado a 6 km a NE da desembocadura o esporão pode romper e formar uma nova desembocadura, o que trará grandes mudanças no padrão de circulação e na dinâmica de sedimentos. O rompimento ainda propiciará a realocação da comunidade da Enseada da Baleia, localizada a 500 m deste ponto. A formação de uma nova desembocadura provocará o fechamento da atual, dificultando o acesso ao mar aberto dos pescadores residentes na vila de Barra do Ararapira e de Pontal do Leste. O objetivo deste trabalho é verificar e monitorar os processos costeiros no Mar do Ararapira, através da interpretação de fotografias aéreas, caminhamento com DGPS e perfis praiais, para sugerir espaços apropriados para o uso e ocupação nas suas margens, considerando também o cenário futuro do rompimento da Restinga do Cardoso. Os resultados indicam processos contínuos, tanto para erosão quanto para sedimentação, nas margens internas do Mar do Ararapira, e equilíbrio dinâmico das praias voltadas para mar aberto.
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- Oceanografia [359]