Variabilidade genética e produção de biofilme in vitro por Streptococcus mutans em associação com leveduras do gênero Candida
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Data
2014Autor
Barbieri, Dicler de Sant'Anna Vitor
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Resumo:O presente estudo avaliou isolados de Streptococcus mutans e leveduras do gênero Candida quanto à capacidade de formação de biofilme in vitro, perfil molecular e a interação destes micro-organismos procedentes de saliva e biofilme dental de crianças com diferentes históricos da doença cárie. A partir de amostras de saliva e biofilme de 38 crianças, foram obtidos 83 isolados de S. mutans e 31 leveduras do gênero Candida, verificando-se 12 (31,5%) indivíduos multicolonizados. Os isolados de Candida spp. foram caracterizados quanto à formação de biofilme, assim como, analisados quanto à região parcial do gene D1/D2, ITS1-5,8S-ITS2 do DNA ribossomal e avaliação do perfil genotípico pelo sistema ABC. Um total de 20 isolados de S. mutans foram selecionados, sendo 12 procedentes de crianças coinfectadas e 08 de crianças não coinfectadas. Estes foram caracterizados, quanto a formação de biofilme in vitro e pelo sequenciamento parcial dos genes HtrA e GtfB. De acordo com os resultados verificou-se entre as linhagens de Candida analisadas que 26 pertenciam à espécie C. albicans (83,8%) e 05 identificadas como Candida não-albicans (16,12%), entre essas, 03 de C. tropicalis (9,6%), 01 C. glabrata (3,2%) e 01 de C. guilliermondii (3,2%). Todas as crianças coinfectadas eram colonizadas com pelo menos uma linhagem de C. albicans, entre as quais foram detectados os genótipos A e B, sendo que o genótipo A foi mais frequente nas crianças com histórico de cárie, ocorrendo em 77% delas, enquanto que o genótipo B foi mais frequente nas crianças sem histórico da doença (87,5%). As espécies não-albicans, principalmente a C. tropicalis estavam associadas à microbiotas cariogênicas, sugerindo que essas espécies podem potencializar a virulência de Streptococcus mutans, aumentando potencialmente o risco da doença. Ambos os micro-organismos avaliados apresentaram variação na concentração de células aderidas durante a formação do biofilme in vitro. Entretanto verificou-se uma variação maior da capacidade de formação de biofilme in vitro entre os isolados de S. mutans procedentes de crianças coinfectadas em relação ao grupo de isolados procedentes de crianças não coinfectadas. Os isolados de S. mutans geneticamente diferentes variavam quanto ao padrão fenotípico da aderência, apresentaram diversidade a qual pôde ser correlacionada ao histórico da doença cárie e padrão de aderência in vitro. Além disso, verificou-se que o padrão de aderência pode ser modificado em função da associação com as leveduras do gênero Candida. As imagens pela técnica de microscopia de fluorescência confocal e por microscopia eletrônica de varredura (MEV) confirmaram a maior expressão de exopolissararídeos na matriz do biofilme formado pela associação de S. mutans com C. albicans confirmando a potencialização da virulência de S. mutans nos biofilmes associados com os dois micro-organismos. A multicolonização, genótipos e distribuição das espécies de Candida encontradas parecem ter uma relação expressiva com o desenvolvimento da cárie dental, sendo que, indivíduos colonizados pela espécie C. tropicalis apresentaram maior incidência da doença. Palavras-chave: Biofilme. Candida albicans. Streptococcus mutans.
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