Análise técnica e econômica de um sistema de colheita mecanizada em plantios de Eucalyptus spp. em duas condições de relevo acidentado
Resumo
Resumo: O avanço da mecanização na colheita florestal é um dos fatores que contribuíram para impulsionar os índices de competitividade da atividade econômica de produção florestal no Brasil. Entretanto o uso de sistemas de colheita mecanizados em áreas onde o terreno possui declividades acentuadas ainda é um desafio tecnológico a ser enfrentado pelas empresas florestais. Este trabalho buscou avaliar a produtividade e os custos de produção e operacional das operações florestais de colheita de madeira em terrenos montanhosos com a utilização de um harvester de esteiras 911.3 X3M e um forwarder 860.4 com guincho de tração auxiliar (GTA) na extração. Os dados foram coletados a partir de dois testes operacionais inéditos realizados em duas áreas de plantio de Eucalyptus spp. em Minas Gerais e no Estado de São Paulo. Nas áreas em Minas Gerais foi avaliada tecnicamente a produtividade das operações de corte florestal com o harvester em três diferentes classes de declividade (0° a 20°; 20,1° a 27° e acima de 27,1°) e nos sentidos ascendente e descendente de operação, bem como foram determinados os custos operacionais e de produção do conjunto harvester e forwarder. Nos testes realizados em São Paulo foram avaliadas as produtividades do harvester em duas classes de declividade: 0° a 25° e acima de 25,1°, enquanto que para o forwarder foi avaliada a distância média de extração (DME), a declividade e o uso ou não do GTA. Os resultados mostraram que o harvester 911.3 X3M é adequado a realizar a colheita em terrenos declivosos visto que não foi observada influência da declividade na produtividade. O forwarder mostrou-se eficaz dentro dos limites aceitáveis de produtividade e de custos para realizar a extração, entretanto o uso do GTA, aliado ao aumento da declividade contribuem para a diminuição da produtividade. O harvester obteve uma produtividade média de 28,7 m³ he-1 e um custo de produção de US$ 4,59 m-3 nos testes em Minas Gerais e 15,15 m³ he-1 e US$ 9,16 m-3 respectivamente em São Paulo. O forwarder em Minas Gerais obteve um custo de produção de US$ 2,75 m-3 e em São Paulo produtividade de 36,21 m³ he-1 com um custo de produção US$ 2,64 m-3. Com isso concluiu-se que a aplicação destas máquinas na colheita em terrenos acidentados pode ser realizada com custos equivalentes a outras máquinas e com produtividade sem perdas significativas com o aumento da declividade.
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- Teses [382]